Salve-me deste dia, meu amor,
em que todos falam tanto de poesia
sem saber o mínimo da dor
que sente, o poeta, dia a dia.
Reapareça do silêncio de nós dois
e diga, sem medos ou receios,
que jamais esqueceu de nosso ardor
tingindo os lençóis em tom vermelho.
Talvez assim o calendário se cale
neste dia quatorze de tormentos
e os fantasmas das lembranças de anteontem
desistam de visitar-me às três da tarde.
Volta meu amor, volta logo... minha angústia, com pressa, te espera
enquanto o mundo, lá fora, continua falso e pobre como sempre. |