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Artigos-->Entretanto, pensava -- 04/01/2003 - 16:44 (Anderson O. de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um homem, trinta e poucos, sujo e maltrapilho, pede dinheiro explicando sua desgraçada situação a outro homem, esse também com seus trinta e poucos, porém limpo, bem arrumado e já com certa estabilidade, que a própria sorte lhe concedeu. A desculpa era de que precisava comprar gás para preparar a sopa do filho pequeno e doente O homem bem arrumado, movido de uma falsa caridade - pois está ao lado de amigos do trabalho - saca de uma nota e dá ao maltrapilho uma boa quantia. Este agradece a todos abençoando-os em nome de Jesus, porém diz para si: "Com isso poderei comprar meu cigarrinho e fazer uma fé no bicho".



Uma moça, vinte e tantos, se arruma em frente ao espelho (beicinhos e outras poses) enquanto põe uma saia curta antes de um encontro com um rapaz, que não se vestiu com a mesma pompa, porém também fez beicinhos e outras poses. A moça pensa: "Estou muito bela, adorei essa roupa, ficou ótima em meu corpo, certamente irei excitá-lo". Em sua casa, antes de sair, o rapaz também

pensa: "Vou levar camisinhas, e se de repente rolar alguma coisa".

Mas no encontro, depois de assuntos e assuntos ele diz que sexo não é tudo, preza, a tolerância, o amor e pensa: "Como ela é gostosa! Como farei pra levá-la para um motel?." A moça diz que concorda com todos os ideais do rapaz, também tinha outras colocações importantes a fazer a respeito da vida e dos relacionamentos, mas prefere calar enquanto pensava: "Ele é uma graça, mas como é sonso, será que não se ligou que estou esperando o convite para sairmos desse lugar!!".



Uma senhora, quarenta e poucos, doente, tinha vários parentes, porém não gostava de alguns. Esses "alguns" tampouco gostavam da senhora e nunca pararam para pensar nos motivos. Os mais próximos diziam que era orgulho de ambos os lados. A campainha toca, eram os "alguns". O filho verifica no portão e grita: "Manhê!! É o fulano, cicrano e beltrano" A senhora se lamenta e os amaldiçoa falando entre os dentes, mas acaba por dizer: "Mande-os entrar...". Os "alguns" entram e pensam: "Odeio esse lugar, essa casa". Todos se abraçam, apertos de mão, e tocam no nome de Deus. Depois de vários assuntos circuntanciais os "alguns" dizem que precisam ir, a senhora diz que ainda se faz cedo; os "alguns" concordam, mas em questão de tempo voltam a insistir e de fato vão embora. A senhora mais uma vez os amaldiçoa entre os dentes, antes que partissem, também amaldiçoando-a.



Um jovem, não mais que 18, sai de casa, confuso, atordoado, triste. Anda pela rua, escura, deserta, no centro da cidade. Pensa na mãe, que piora a cada dia por conta da falta de medicamentos - o jovem não tinha pai, que o

abandonara quando ainda era formado no ventre. Sente na perna algo gelado, era a faca de cozinha que havia pegado para assaltar alguém para comprar os remédios da mãe, apesar de saber que roubo era errado. Nota que do outro lado da

rua vinha um homem, bem vestido. Não pensa duas vezes, pois se pensasse não o roubaria. Diz em voz alta: "Isso é um assalto, mãos para o alto e trate logo de me dar todo dinheiro!!". O homem percebe o nervosismo do jovem, tenta acalmá-lo falando de Deus, enquanto lhe passa a carteira. Entretanto a vitima, que estava armada, pensa: "Se ele vacilar eu o mato..." O jovem pega o dinheiro olhando nos olhos do homem e lamenta mais a sua sorte do que a sorte da vitima. No entanto, em seu íntimo, entre a tristeza, nasce um ar de paz, visto que teria o dinheiro do remédio. Pede desculpa para a vitima e disse

que aquela era sua única saída. Dá as costas e começa a ensaiar um pedido de perdão a Deus, mas é alvejado por três tiros e um sonoro "Morra

desgraçado!!", furioso, da vitima.



Uma criança, não mais que 12, com fome, sai à rua. Encontra outra criança da mesma idade, também com fome. Ambas resolvem pedir comida pelas casas. Recebem nãos de muitas pessoas, que culpam em seus íntimos o governo, e nem se

quer se lembram do dia anterior, em que jogaram fora o pão murcho que as crianças pediam. Mas as crianças continuam a pedir, até porque a fome aperta, e eis que alguém, movido por alguma nobreza, lhes pagam um café com leite na

padaria. As crianças olham nos olhos daquele alguém e dizem: "Muito obrigado, estava com muita fome" e saem pensando "Muito obrigado, estava com muita fome e me ajudou, obrigado."
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