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Poesias-->Reta -- 12/05/2011 - 16:00 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




CARLOS ALBERTO CARREIRO PINERO, IDENTIDADE 05513710-3

CPF 795405627-91 Rua Carvalho Alvim 110 - Tijuca Cep: 20510-100







 












    • Cassia Carauta de Albuquerque

      RG: 069816932 IFP RJ

      CPF: 822231307-04

      Rua Bela Floresta nº 55 casa 47













  • Marcelino Rodriguez



    há 2 minutos

    Marcelino Rodriguez






    • Vargem Pequena - Rio de Janeiro

      CEP: 22783500



       



      ANTIGA E MÍSTICA ORDEM ROSAE CRUCIS - AMORC

      CNPJ - 76.565.720/0001-66

      Rua Nicaragua , 2620

      CURITIBA - PARANÁ

       










































































































































































"Oh, Virgem Santa, Rogai por nós





























































>Rogai por nós ,O Virgem Santa,





























































Tou precisando de paz"





























































A meu cão Buda, que partiu desse mundo































































dia 1 de Abril de 2011, enquanto eu escrevia































































esses relatos. Foi esse cão Labrador































































mestiço com cara de Snoopy































































a melhor criatura que já conheci entre todas































































as espécies de seres vivos





























































































































































































a Hermanita Laura Venslavicius, que de Buenos Aires me acompanha a vida de escritor





























































































































no terceiro mundo.



























































































































































































































































e as amigas Cristiane Nery, Rosi Alves, Marcia Camba, a escritora rubra Norma Hauer que me apoiaram na primeira hora.































































































































































































































































































































































O mito da minha vida começa quando meu pai pegou o navio na terra do Quxote e singrou os mares em busca de sorte e aventura. Minha mãe veio do sertão baiano onde é comum a visagem de lobisomens, mulas sem cabeças, sacis, deusas do mar! O país da minha mãe tem de tudo, porém encontrar um homem elegantemente letrado é tão raro quanto ver um calango no Polo Norte dos gelos.

























1975 - SENADOR CAMARA - Rio de Janeiro























































































































































































































































































































































































































































































































Eu estava em uma das elevações que havia numa das ruas que cortavam





























































































































os conjuntos populares da Cohab. Era carnaval.





























































































































Um bloco barulhento passava com carrascos, piratas, clóvis, piranhas,





























































































































palhaços, pierrots, colombinas e mais o que houvesse, formando





























































































































um todo que parecia uma orquestra mágica. Uma música tocava muito alto.



























































































































































































































































"Macunaima, Indio, Branco, Catimbeiro,





























































































































Feiticeiro, mata cobra e dá um nó."



























































































































































































































































Ali eu acho que percebi pela primeira vez que estava sozinho





























































































































e que a vida seria para mim uma espécie de exílio. Percebi





























































































































que os mascarados do carnaval vinham de outro mundo





























































































































e que aqueles que ali passavam eram como sombras





























































































































da realidade maior.





























































































































Ali , naquele alto de monte, tive meu primeiro insight do mundo feiticeiro





























































































































e bebi o gosto do infinito.

























































































































































































































































































































































































A BUSCA





























































































































Final dos anos oitenta, década de 90





























































































































Em parte, influenciado pela literatura de Fernando Pessoa, comecei





























































































































cedo meus estudos da verdade pelos rosacruzes, am 1988.





























































































































Uma década após, num desses





























































































































ritos de passagem de um grau para outro, conheci Dora, uma morena





























































































































alta que pertencia a outro Templo da Ordem,





























































































































na Zona Sul do Rio de Janeiro. Estavamos na cantina, trocando





























































































































umas idéias. Dela emanava uma força quase “visível”, o que é





























































































































uma das prerrogativas dos esotéricos que verdadeiramente trabalham





























































































































seu interior.





























































































































Ela trazia uma cruz egipcia, a Ansata, ao pescoço. Os cabelos





























































































































pendiam preenchendo os ombros e parte do pescoço, enquanto ela comia





























































































































um lanche elegantemente. Estavámos felizes pela beleza





























































































































do ritual que vivenciarámos. Ela disse-me:





























































































































– O ser humano não é feliz porque é mesquinho.





























































































































Aprenda isso, Frater.





























































































































Hoje ainda ,quase cotidianamente, dou de frente com a verdade





























































































































dita por Dora naquela noite iluminada em quase todas es esquinas





























































































































que passo, aqui e além.























































































































































































































































































































































































































































































































FINAL DOS ANOS OITENTA, DÉCADA DE NOVENTA 2





























































































































BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO *





















































































































































































































































































































































































































































































































































































































































aio da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro com uma verdadeira vertigem,





























































































































após a leitura das Flores de Mal de Charles Baudelaire. Depois de lê-lo, o mundo havia se transformado a meus olhos completamente. “Tende Piedade,





























































































































Satã, de nossa longa miséria longa miséria!”, ecoava em minha mente os versos do frances enquanto automóveis e pessoas pareciam sonâmbulos de um pesadelo; Para Charles, a salvação humana só pode dar-se caso o demônio liberte a espécie do seu longo julgo, uma vez que segundo ele as almas eram demasiadamente débeis para para seguirem Jesus Cristo; ´”É o demônio que nos move e até nos manipula” – Ninguém escapa após ler as Flores do Mal de sentir um arrepio de verdade sobre o império do mal que a humanidade profana obedece. Os verdadeiros cristãos são cruzados que se rebelam contra o demônio, buscam subjulgar sua natureza inferior com a disciplina do combate e ,embora vez ou outra, possam sucumbir ainda ao erro e ao pecado, acabam pela bravura e pela graça de Deus alcançando a redenção. São aqueles que o Messias fala serem são nascido do espírito. Lembro-me que sai da Biblioteca pela Avenida Rio Branco hipersen&
347;ivel, percebendo que tinha pisado em um universo paralelo. Era capaz de ver os





























































































































perversos num tempo futuro sendo levados as profundezas do inferno pelos demônios alados que os acompanham, escamosos como dragões num crepúsculo infinitamente melancólico, hollyhodiano.























































































































































































































































































































































































































































































































PARANA, SUL DO BRASIL, 2005 - COM INRI CRISTO























































































































































































































































































































































































































































































































Decidi fazer uma investigação particular sobre o Inri Cristo, após





























































































































vê-lo algumas vezes na imprensa e viajei ao sul do Brasil, a Curitiba.





























































































































Lá chegando, passei uns quatro dias com ele. Fiquei alojado num quarto





























































































































que era a réplica, segundo Inri, de um trem europeu. E passei





























































































































uma noite das mais frias da minha vida, debaixo de uns cinco edredons,





























































































































pois peguei também as peças da cama de cima; no quarto havia um





























































































































boliche, uma televisão, um pequeno aparelho de som e livros e fitas





























































































































sobre o INRI, que diz ser a reencarnação de Cristo. Suas díscipulas,





























































































































algumas bastante graciosas, se vestem de azul claro e seus discípulos





























































































































de marrom. A igreja dele tem uma doutrina própria, porém não





























































































































aprofundei-me nela, pois Inri não considera a Virgem Maria com o





























































































































sagrado que nós cavaleiros, temos. E O que importa nesses relatos são





























































































































a busca pessoal do autor pela verdade e suas experiências





























































































































espirituais, ontológicas com a mesma.





























































































































Com Inri Cristo tive uma relação bastante humana, diria até demasiado





























































































































humana. Naquele tempo eu ainda tinha algo de vermelho politicamente





























































































































falando e Inri Fazia ironia dizendo que eu era comuna; divergimos





























































































































disso; Inri me surpreendeu com seu liberalismo em economia. Ele





























































































































gostava de jogar sinuca e eu falei que se ele perdesse para mim,





























































































































realmente eu jamais iria acreditar ser ele o Messias. Mandava ele me





























































































































rezar, coisa que as vezes ele esquecia. Nessa luta pela vida para





























































































































sobreviver, já me peguei acendendo vela vermelha pra Exu na





























































































































encruzilhada.



























































































































Sabe como é, abrir caminhos. Um dia porém, compadeci-me dele;





























































































































estavamos tranquilamente conversando na cobertura de sua propriedade





























































































































quando ele, melancolicamente, virou-se e disse-me que era melhor





























































































































sairmos dali das vistas,





























































































































pois ele já fora apedrejado. Como pode alguém apedrejar um personagem





























































































































tão interessante?





























































































































Inri Cristo, assim como Gentileza, foram dois personagens dos mais





























































































































poéticos e ricos que cruzei nessa busca de encontrar, nesse planeta de





























































































































pouca fineza literária, algum sentido.







Uma intensa melancolia levava-me ao abrigo dos franciscanos, uma dor



que eu sabia única. Toda formação de minha alma, na parte mais



profunda, era Bíblica. A leitura do Novo Testamento na juventude



pusera Jesus como ponto central da minha vida. Com Jesus, aprendi a



exercitar a solidariedade, a viver pensando também na vida futura,



além de não fazer questão também de coisas menores. A literatura



também estragara-me. Um homem com alguma nobreza e pagando um preço



caro por dar-se ao luxo de cultivar-se vivendo entre incautos, gente



bárbara que detesta cultos e cultura. A frase de Nieztsche em



Zaratustra levava-me ao mosteiro: “ Tivesse Cristo vivido mais alguns



anos, teria mudado sua doutrina”. Essa era a verdade que sentia agora



e doer-me a alma. Eu não concordava com o Deus que Cria. Tinha trinta



e cinco anos e um desprezo silencioso pela humanidade. Nos últimos



dois anos então, a despeito de minhas boas intenções e qualidades, não



achava nada. Nem amores, nem amigos, nem trabalhos. Não na proporção



que tornasse-me menos triste. Ainda por cima tinha a pobreza como uma



carga, o que tornava- me mais vulnerável e nu as gentes. Já tinha



sofrido todo tipo de maldade de meus próprios parentes. Lembrava o



olhar de desprezo de uma tia . Que tinha feito? E a ríspidez humana?



Qual era a finalidade? E a falta de interesse e amor ao criador?



A covardia? Olhava as pessoas jogadas no chão e perguntava-se: quem é



o responsável? Odiava a brutalidade. Tremia a cada ato de



deselegância. Da mais grosseira a mais sutil, sobre tudo a



deselegância o incomodava. È feia a raça humana, concluía. Chegava a



sentir laivos de desprezo por Deus, por criar tal massa de famintos.



Era um Deus mesmo que criava tudo? Com esses pensamentos íntimos,



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bateu a grande porta do mosteiro. Um jovem Franciscano veio atendê-lo.



´´ Pois não, Senhor” “Procuro o Igor, o líder de Vocês.” “Ah, sim.



Pode entrar. Aproveita que estamos comemorando o aniversario de um dos



internos. Tomé.” J entrou e viu os franciscanos completamente



misturados ao pobres, mendigos, aleijados. Ficou impressionado com o



número de mutilados que viu: uns vinte. Todos homens. Um deles,



arrastando a cadeira, veio perguntar-lhe se queria uma fatia de bolo.



Aquilo o comoveu um pouco. Ao mesmo tempo ficou chocado com tanta



pobreza. Os banheiros eram coletivos e abertos. Foi vendo com Igor



outros internos. Havia em quase todos internos uma ferida, uma chaga



aberta. Muitos fumavam. J pensou que estaria aprendendo ali, naquele



lugar. “Igor, se importa de conversar comigo um pouco?” “Não, claro”.



“ Bem. Ouvi falar do trabalho de Voces , achei bonito, nobre, mas ando



com um questionamento profundo, uma angústia grande em relação a minha



fé. “ “Como assim?” “ Creio em Jesus. Mas não creio que o homem deva



ser salvo. Os homens são ruins. Não acho boa coisa salvar a



humanidade. Acho inútil. ” Igor olhou J de modo estranho... “ Você não



tem amor?” “Tenho. Esse é o problema. Não me falta amor. E aqui estou,



cheio de amor e sem nada, nem ninguém. Não aproveitaram meu amor. “



“Como dizia Francisco: o amor não é amado.” “Por que Voce faz esse



trabalho?” “Vocação, acho” “Pois é. Teve um tempo que até pensei em



ser padre, depois monge. Mas o mundo desviou-me. Hoje creio ainda na



mensagem, que Jesus é o Messias, mas não creio na salvação dos homens.



Eu não os salvaria. Igor, posso te pedir uma coisa? “ “Sim”. “Posso



dormir aqui?” Igor olhou em volta, pensou. “ Você não tem onde



dormir?” “Tenho. Mas não estou bem. Quero sentir essa experiência. “ J



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pensou na hesitação de Igor que até um mosteiro tem sua porção de



má-vontade. Será que ele vai mandar-me embora agora, alta noite? “Lá



em cima tem um saco de dormir sobrando. Boa noite.” J dirigiu-se a



parte superior do mosteiro, enquanto via aos poucos as luzes de baixo,



- onde ficava a maioria dos pobres e mutilados -, se apagando. Ali



estava ele, sem nada. Pedindo asilo aos pobres. Pensou abandonado



entre as cobertas se Deus não seria ou não queria apenas aquele



abandono, aquela pureza, aquela entrega ao nada infinito. Na manhã



seguinte, J olhou do parapeito do segundo andar e viu os monges



vestidos de Francisco misturados com os pobres, compondo um cenário



digno de idade média. Perguntou-se em que tempo se sentia. Ou estava.



Dirigiu-se ao refeitório, onde os cinco jovens monjes de não mais de



dezoito anos distribuíam-se nas tarefas. Igor já havia saído. Não era



santo nem pobre o suficiente para ficar. Levou dois monges ao ponto,



pagou a passagem de um deles e vinha olhando o mundo dos homens pela



janela. “Que tipo de soldado sem causa sou?” – ia pensando, enquanto



as paisagens sucediam-se entre prédios de concreto e fumaça negra.



19.10.2005

















































































































































































































































































































































































Nessa busca em achar um caminho que fosse puro, que levasse-me de





























































































































verdade a manifestações do puro espírito de Deus, ingressei em várias





























































































































outras instituições e doutrinas, na esperança de formar uma síntese





























































































































iluminada de `O caminho" encontrar no "caminho". Meus estudos e





























































































































investigações levaram-me a descobrir uma corrente tradicional que não





























































































































pode ser maculada nem corrompida pelo elemento humano, pois é toda





























































































































guiada no Espírito Santo e sinais divinos; porém, como não tem sede





























































































































não é nada fácil, sequer, encontrar um membro da Tradição e fiquei





























































































































buscando durante anos um contato, além de pedir a Deus em minhas





























































































































preces. Anos de busca após, vi pelo google uma pessoa ligada ao





























































































































movimento comunhão e libertação da Igreja Católica disposta a dar





























































































































informações sobre o lado secreto e místico dos templários. Chamava-se





























































































































Miguel, da cidade de São José dos Campos, em São Paulo. Era professor





























































































































de cabala e palestrante. Deixava um email de contato e assim começamos





























































































































a conversar.















































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Inicialmente, Eu e Sara saíamos como amigos íntimos e falávamos muito





























































































































, ela me ligando até três vezes ao dia. Nos conhecemos através de uma





























































































































rede social no qual eu usava um codinome de Anjo e não havia minha





























































































































foto, apenas a do Anjo Roxo que “dizia se alimentar de prana”. Ela





























































































































estava na comunidade “Vivendo de Luz” e era, aparentemente, uma menina





























































































































grande e desengonçada, com um sorriso simpático e passou-me um





























































































































pensamento estranho que “ela nunca teria chance comigo”. Paguei caro





























































































































ter pensado isso. Pessoalmente, foi a mulher mais linda que já amei,





























































































































com seus imensos cabelos castanhos, seus um metro e setenta e quatro





























































































































de um corpo absolutamente perfeito, branco e róseo que conheci e





























































































































beijei , cada centímetro, perdendo totalmente o controle de mim como





























































































































nunca antes. Quando dei por mim, estava apaixonado e já não me bastava





























































































































mais nossa relação de “amiguinhos”. Pedi então ,numa noite depois de





























































































































ter muito refletido o dia inteiro, que ela não me procurasse mais, nem





























































































































por telefone. E, nessa mesma noite, tive um pesadelo estranho, sem





























































































































entender o enredo e não consegui dormir. Fiquei intrigado. Pior mesmo,





























































































































foi que ,no dia seguinte, e nos outros mais três dias após esse





























































































































pesadelo, onde eu me sentia sendo “sacudido” por forças estranhas e





























































































































invisíveis,





























































































































parei misteriosamente de comer. Ela não parou de ligar-me, embora





























































































































havia dito que iria respeitar minha vontade, mas não respeitou, e tive





























































































































que aceitar a ajuda que oferecia-me, quatro dias ou cinco depois, pois





























































































































já não conseguia mais sair da cama. “Quem mandou pedir o divórcio”? ,





























































































































Ela brincava. Dias depois, começamos a namorar e tivemos de início





























































































































aquela felicidade inevitável: três dias sem sair da cama fazendo amor,





























































































































dvds, pipoca, banho juntos que ela me convidou a tomar dizendo que





























































































































marido e mulher tinham que ter intimidade, massagens, sorrisos, beijo





























































































































no ponto de ônibus, saudades na hora da separação, planos de





























































































































casamento, madrugadas em claro ao telefone e mais as promessas que ela





























































































































me fazia de que iríamos ficar muito tempo juntos, que ela sentia





























































































































claramente isso, que nosso caso duraria anos. Evidente que aquela





























































































































idéia de ficar para sempre perto dela era a mais feliz para mim. Eu a





























































































































amava mais que minha vida e fiz dela meu pedacinho de Deus. Porém,





























































































































logo começaram as chamas do inferno entre nós...























































































































































































































































































































































































































































































































A primeira tarefa que Miguel mandara-me fazer era liderar um grupo de





























































































































estudos ocultos e indicou-me um jovem de vinte e cinco anos, Flavio, e





























































































































uma mulher de dezenove,Cintia, sendo que com essa mulher o trabalho





























































































































sempre foi de conversas online. Já Flavio passara a vir em minha casa





























































































































as quintas-feiras, quando trabalhávamos durante uma hora ritual da





























































































































seguinte forma: abríamos os trabalhos com uma prece , acendíamos uma





























































































































vela, faziamos um relaxamento com música clássica e new age, estudo





























































































































do livro Meditações Dos Arcanos Maiores do Tarô (ed Paulus) e





























































































































comentários, estudo do Evangelho de João e partilha, novo relaxamento,





























































































































prece de encerramento e eu anotava tudo com data e hora numa espécie





























































































































de ata; depois, conversávamos sobre negócios, mulheres, jogávamos





























































































































cartas um para o outro. Acredito que subjetivamente aprendi muito com





























































































































esse trabalho e outras simultaneas que o Miguel passava-me. O





























































































































caminho da verdade e do poder do espírito está completamente fechado





























































































































as pessoas que não possuam qualidades para alcançá-las. Quem estudar





























































































































com cuidado o evangelho de João verá que o "espírito do mundo" não





























































































































pode conhecer a verdade. Depois que comecei o trabalho espiritual com





























































































































Miguel, percebi claramente que a porta da excelência é muito estreita,





























































































































pois exige a superação do humanismo. Os pretendentes a cavaleiros e





























































































































magos, e são milhões, ficariam muito frustrados, por exemplo, se fosse





























































































































dito a eles que teriam que praticar em seus lares por vinte minutos





























































































































diários, duas vezes ao dia, a Oração Centrante ou a Lectio Divina. Sem





























































































































amar a Deus, esse caminho é impossível de ser percorrido. Muitas





























































































































vezes, eu fiquei de intermediário entre candidatos que queriam





























































































































"conhecimento", porém todos se mostravam muito inteligentes,





























































































































"explicando" o universo; para ser de Deus digno, necessário se faz por





























































































































as coisas celestes como prioritárias, purificar e transformar a mente





























































































































e o espírito nas bases do ser; só após esse trabalho preliminar, de





























































































































trazer a vida espiritual para o centro da vida e deixar o mundo como





























































































































periferia





























































































































a dama do lago começa a aparecer; por isso, dizia que o reino dos





























































































































céus é das criancinhas o filho da Virgem.



























































































































Na primeira vez que ficamos juntos como homem e mulher, ela chegou em minha casa numa sexta feira

























































































































































































a noite, com um vestido branco; por telefone já tinhamos acertado que tentariamos o romance.

























































































































































































Ela queixava-se do transito da Linha Vermelha e dizia que não gostava do astral do Rio de Janeiro,

























































































































































































não se habituava. "Deixa eu descansar um pouco aqui no sofá". Deitou-se e fechou os olhos

























































































































































































com a mão direita sobre a barriga. Alisei-a a mão e a bariga lentamento e num impulso

























































































































































































irresistivel deflorando-me a timidez beijei-a ternamento, longamente, interminavelmente

























































































































































































e podia sentir anjos e mais anjos sendo libertados nas cidades

























































































































































































celestes, eu com o gosto da linga dela, felicidade infinita que eu ia sugando

























































































































































































e ela me dava, entregue e submissa. Após, seus olhos brilhavam

























































































































































































e era estranho ver a meninina no corpo daquele mulherão de um metro

























































































































































































e setenta e tantos. Quantos tons tem o azul? São vários e vários,

























































































































































































incontáveis. Nossas peças intimas, porém, eram exatamente do mesmo

























































































































































































tom de azul, como se tivessemos comprados juntos, combinadamente

























































































































































































no céu, como apaixonados gemeos do amor. E houve aquela hora em

























































































































































































que deitados e nus fizemos o mesmo gesto, ao mesmo tempo,

























































































































































































como num espelho sagrado e ambos coramos,

























































































































































































desconcertados e mais nus ainda, na alma.

























































































































































































Ela desconcertada disse "ah, não acredito, não pode ser."

























































































































































































Até o domingo a noite, quando ela foi embora, estivemos

























































































































































































mergulhados na descoberta de que podiamos

























































































































































































ser tudo na vida um do outro, menos um acaso.

























































































































































































"Alguém nos energizou e nos uniu para ficar juntos"

























































































































































































, ela dizia ciente de que estavamos vivendo no mundo

























































































































































































dos dogmas e dos arquétipos universais.























































































































































































































































Morei durante longo tempo perto da Quinta Da Boa



























































































































































































































































Vista, onde ia pouco durante o ano . Porém, com o tempo, reparei que sempre que ia



























































































































































































































































lá e sentava-me perto de um dos lagos, um pássaro branco seguia-me. Isso ocorreu



























































































































































































































































quase uma dezena de vezes, quando eu levava moças para passear comigo. Percebi



























































































































































































































































que era um padrão mágico da minha vida. Numa das primeiras vezes que Flavio foi lá



























































































































































































































































em casa, eu convidei-o a ir ao parque comigo, pois queria fazer determinadas praticas



























































































































































































































































da Tradição dos magos brancos com ele. Ele foi a primeira pessoa que contei sobre



























































































































































































































































minha relação mágica com o pássaro, pois negava até para mim mesmo que o fato



























































































































































































































































acontecia. Era extraordinário demais. Como ,porém, nossa relação era pautada pelo



























































































































































































































































código dos cavaleiros de Perfeito Amor e Perpeita Confiança, abri um pouco do meu



























































































































































































































































coração secreto para ele. Quando chegamos ao Lago, ele perguntou-me:



























































































































































































































































-- E ai, será que seu amigo vem hoje? .



























































































































































































































































Eu já estava sentado na grama com as pernas em posição de meditação.



























































































































































































































































-- Ele não costuma falhar, não. Vamos ver. Flavio, faz o seguinte pra mim. Fecha os



























































































































































































































































olhos, respira fundo durante um minuto, prende durante um minuto, depois solta. Faça



























































































































































































































































isso dez vezes, por favor.



























































































































































































































































Quando ele fechou os olhos, depois da terceira respiração, vindo dos países mágicos



























































































































































































































































cheio de estilo, o majestoso pássaro branco pousa na beira do Lago, praticamente



























































































































































































































































em nossa frente. Minha alma ficou extasiada. Não disse nada ao Flavio, deixando ele



























































































































































































































































com sua pratica. Quando ele abriu os olhos, porém, foi a primeira imagem que



























































































































































































































































ele viu; o pássaro parado na borda do lago, em nossa frente, sereno e hierático. Ele arregalou os olhos.



























































































































































































































































-- Cara, não acredito!. Tu é muito Jedi. Meu Deus, que coisa linda, cacete!. Tu é o





























































Ioda.



























































































































-- O Ioda não, ele é muito feio. Pode ser o Luke.

























































































































por três pessoas. Muito simples. Você escolhe três pessoas que queira bem e faz uma





























































prece para elas, uma de cada vez, durante uns cinco minutos. Não é preciso contar

























































































































Essa pratica, além de energizar-nos, ajuda-nos a deixar o egoísmo de lado.





























































Depois desse dia, Flavio, Cintia e Miguel passaram a chamar-me de Jedi.



























































































































































































A maneira como Sara era despudorada chegava a ser candida.





























































Deitada, com os dedos na vagina ia me mostrando com um grande sorriso sua intimidade, como seu eu nunca houvesse





























































visto um orgão feminino antes, nem em desenho, ia ela... "pequenos lábios, grandes lábios" e eu pensando comigo num misto de ternura e compaixão onde que tinha entrado com a alma.





























































Ela parecia não se dar muito conta de que não era minha primeira mulher.





























































De certa maneira, tinhamos ambos uma intuição que toparamos com uma coisa nova tanto um quanto outro. Pegava minha mão para ver se lembrava subsconcientemente de alguma encarnação passada nossa juntos , especulava. Um dia, teve uma hora que ela susurrou-me na cama, em meus ouvidos,





























































engatinhando até mim com aquela voz que tocava-me dentro do meu ser de um dodo que ainda não foram feitas palavras que pudessem descrever a sensação do abalo. : “solta o





























































tigrinho”, e causou-me um grande impacto na alma, porque eu não entendi





























































direito na ocasião o que ela queria dizere fiquei me sentindo uma criança de colo





























































desmamada e desamparada, com minha alma sempre dando reviravoltas de 360





























































graus com a vida que vinha dela para mim. Eu, mais velho que ela quinze anos ,





























































parecia a virgem da situação que ia sendo pouco a pouco deflorada, uma flor





























































aberta que ela comia vorazmente com fome, sem piedade e eu me entregava ao





























































sacrifício dolorido mais feliz.





































































































As vezes, eu passava horas com Miguel no messenger falando bobagens, trocando emotions, buscando , subrepticiamente, que ele me revelasse mais sobre o modo de proceder da Ordem e da minha história espiritual . — Vamos, Miguel, conta ai. Onde está o graal?





– Você na verdade bebe dele todos os dias , meu caro, a cada nascer e por do sol ele passa por você, generosamente.Beba-o.





Hoje em dia, penso ter uma intuição sobre as pistas do sagrado e quando estamos perto das mãos e das faces de Deus em nossos caminhos diários. Dentro de nós correm dois tipos de energia: uma pura, outra contaminada. Assim também nos outros. Grandes segredos Jesus falou sobre isso e João revela no seu evangelho. Quando buscamos dar o melhor de nós, nosso esforço e suor cheira a vinho e comungamos. O esforço correto é sempre doador. A energia contamidade são sempre os impulsos de vaidade, egoismo e mentira. As pessoas verdadeiras do mundo estão unidas por um laço indissolúvel de amor. Para obter a sabedoria pura da fonte, é preciso olhar todos os dias o mundo como uma criança , como se fosse a primeira vez.





















Ela era vegetariana e eu a chamava de minha predadora vegetal. Nossas refeições eram diferentes, quando comiamos juntos. Enquanto eu ia de carré com fritas,





























ela abria suas comidas que vinham embrulhadas em papel laminado que a mãe preparava-lhe para sua semana. Eram verduras variadas geralmente cobertas com





























maioenese ou creme de leite. Houve uma semana que ela viajou para Além Paraiba, onde morava seus pais e trouxe-me sua comida para mim.





























--"Vai te fazer bem".





























Meditávamos juntos e eu ensinava-lhe os princípios e técnicas do budismo tibetano. Ela seguia um guru oriental, uma dessas organizações espiritualista de ioga. Iniciei-a na pratica dos quatro pensamentos que libertam a mente.





























Vai, Sara, fecha os olhos. Agora pensa no sofrimento universal que tudo permeia, usa a imaginação; em toda parte há sofrimento. Medita nisso. Alisava-lhe as costas, incentivando-a; tinha por ela uma compaixão absoluta.





























Agora medita sobre a impermanência, que tudo passa e veja a implicação disso no seu dia a dia. Fecha os olhos. Agora abre. Medita sobre a causalidade, o karma, a lei de causa e efeito. Isso, abre os olhos. Agora por fim medita sobre a vantagem do nascimento humano e a oportunidade que você tem de libertar a mente com essa pratica. A verdadeira natureza da mente é o estado desperto atemporal. Pássaros, jacarés, insetos, não podem praticar. Medita nessa vantagem de sermos humanos. Esses momentos espirituais com ela eram um verdadeiro paraíso para mim, porque além de compartilhar meu ser secreto, tirava um pouco ela





























das ambições e ilusões mundanas. Pensava comigo um certo estágio em que eu queria deixá-la ao menos. Não consegui. Ela deixou-me antes. Essa foi mais uma frustração que somou e jogou-me na escuridão. Ela sabia que os conhecimentos





























que eu tinha eram valiosos, mas não os tomava como sagrados. Esse ponto para ela, o sagrado, era muito relativo no mundo de sua alma.























































































































































































Uma das vezes que ela rompeu comigo, lembro-me bem porque





























































ela disse-me que estava "vazando" e eu ironizei tanto





























































sua superficialidade quanto seu vocabulário. Também





























































ela deixou lá em casa sua grande havaiana preta quarenta e dois





























































e como meu chinelo havia rompido passei a usar o dela mesmo





























































como um louco, obssessivo para tê-la desse modo patético





























































que fosse. Quantos dias ou meses fiquei nesse tormento , escrevendo





























































e chorando com meus amigos pessoais e da minha rede, tentando entender o





























































"vazamento" dela? No mesmo dia que ela vazou xinguei-a de piranha





























































e piranhona varias vezes e ela dizia-me do outro lado da linha: "isso desabafa". "Desabafa."





























































Ela dizia que eu podia chamá-la de vagabunda na cama, mas de piranha





























































nunca, mas nesse dia eu queria atingi-la, humilhá-la também,





























































pois estava um lixo humano, completamente destruído e evidente que





























































fui beber para suportar o insuportável. Então eu sentia uma dor dobrada,





























































ao atingila e atingir-me também, chamando-a de piranhona. Dias depois reatamos e ela ficou dizendo-me que eu era um Neném barraqueiro.



























































































































































Durante todo nosso treinamento espiritual, Miguel não me ligou mais do que duas vezes; nosso contatos eram todos via email, messenger ou quando eu o ligava. Numa dessas ligadas, ele pediu-me para entrar no messenger













mal eu disse alo













Por que você quer seguir esse caminho medieval, Jedi?













Fui pego completamente de surpresa e fiquei sem saber o que dizer.













Vamos, me diga, porque você quer ser um cruzado?













Nisso, começou a acontecer algo inusitado. Um pensamento que parecia vir de outra parte de mim, na verdade um pensamto imagem bastante obsessivo da Virgem Maria começou a tomar-me a alma., de modo que eu estava ficando tonto e quase caindo em cima do computador. Sentia-me angustiado demais, pois além dos tormentos que passava na minha relação com Sara, ainda tinha que de vez em quando passar pelos testes periódicos de Miguel. Não sei quanto tempo durou essa tensão, o fato é que me dei conta que aquele pensamento “invasor” era a única coisa que me ocorria após aquela pergunta inesperada:













A Virgem Maria, – respondi ,finalmente, num misto de também estar perguntando, como se minha resposta fosse também uma interrogação.













Humm, pode ser um sinal, meu caro, mais existem outros. Estou até desconfiado













que tem coelho nessa toca, mais existe ainda muito ego ai.













Volte a sua simplicidade, garoto, lembre-se de seus melhores sentimentos da sua aurora espiritual.













Foi um sinal, Miguel?













Não sei. Pode ter sido. Vamos investigar. Agora deixa eu sair do PC que o chato do meu irmão quer entrar.













Miguel encerrava nossas conversas sempre com motivos prosaicos, tais como esse da chegada do irmão ou que estava com diárreia por causa do cachorro quente de sua cidade ou que ia pra o site de especialistas













em canários. E mandava-me um beijo na bunda com um ebotion do messeger, aquele do chapeuzinho de palhaço.



























































































Um dia, em fins do ano 2006, depois de mais uma vez que ela terminara comigo, e dessa vez não haveria mais volta, bebi o suficiente para perder a consciência da noite. Engraçado que ao relembrar isso, tenho a sensação de que algo em mim morreu ali, claramente. Compreendi que estava latente a minha destruição. Contudo, consegui chegar em casa e dormir. Acordar, porém , foi difícil. Assim que levantei-me comecei passar muito mal. A cabeça doía muito e sem saber o que fazer, liguei.





























































































































– Alo.





























































































































– Sara… quando tentei falar, comecei vomitar.





























































































































– Alo, alo, o que ta acontecendo?





























































































































– braaaaaaaaaaaaaaaaaarghhhhhhhhhhh





























































































































– Você ta vomitando é?





























































































































– É… vomitei tudo aqui, me ajuda.





























































































































– Eu vou ai, espera.





























































































































Deitei novamente no quarto escuro, sujo, sombrio, com a alma num umbral de horrores, depois de limpar porcamente o vomito. Uma hora depois ela chegou e me lembro perfeitamente da calça comprida rosa. Deu-me uma nelzaldina e me deu, eu deitado na cama e ela sentada na minha cadeira do computador, com o livro do Iogananda, “Autobiografia de um Iogue” na mão esquerda, porque a direita dela eu segurava e me amparava. Ainda tentava brincar para disfarçar minha derrota.





























































































































– Me dá um beijinho ai.





























































































































– Até que pensei nisso, mas você ta fedido.





























































































































– Me dá essa bundinha pra mim.





























































































































– Fica quieto, moço, você ta quebrado.





























































































































Essa era a cena na penumbra do quarto; ela sentada e eu segurando-lhe a mão direita ora com uma das minhas mãos, ora com as duas, enquanto ela lia, as vezes esboçando um sorriso com a leitura.





























































































































– Só um pouco de bundinha.





























































































































– Sossega.





























































































































De vez em quando ela comentava uma passagem comigo.





























































































































– Conheço o livro, meu bem.





























































































































E ficamos assim de mãos dadas, até que ela disse que tinha que ir. Eu agradeci ela ter vindo e com o resto de forças levei-a na porta; depois, pela janela ia vendo ela se perder na distancia, que quanto mais ela se distanciava, mais crescia meu desalento e percebi que não conseguia alcançá-la mais. Depois ela cortou completamente a comunicação comigo e tive que tentar sobreviver ao abalo. Até encontrá-la, eu pensava saber o que era o tempo, o espaço, a mente, os sentimentos, a filosofia, o sexo, a dignidade, o destino. Era um gato que pensava ser um tigre. Foi com ela, porém, que nasceu o Tigre. Batizado pela experiência, pela fatalidade, pela beleza, pelo inusitado. O amor, que contém todas as coisas e fazia com que um homem chamasse uma mulher quinze anos mais nova –, que corava de modo encantador, — de mamãe.





























































































































Zona da Mata – Minas Gerais., fevereiro 2011.

























































































































































































Uma madrugada dessas eu estudava o poema "O Tyger" de Wiliam Blake enquanto amanhecia o dia.





























































A idéia era tirar uma metáfora valiosa das minhas experiências e da síntese





























































espiritual que creio encontrei, sobretudo após Miguel e Sara terem passado na minha vida. Quando dei por mim que ,nesse mesmo momento, milhões de pessoas estavam despertando para seus crimes, suas patifarias, seus terrorismos e seus obscurantismos, não pude ocultar um sorriso secreto; como tigre, sou bastante vegetariano nos costumes, quase inofensivo. Quase.





























































A experiência deu-me um tanto de porção demôniaca, necessária para lidar com os homens e o mundo, senão eu ficaria destruido como cordeiro indefeso.





























































Aprendi a sentir Deus e a reverenciá-lo no próprio





























































jardim interno da minha alma, onde Buda e Jesus são irmãos e a Virgem Maria





























































e Tara são irmãs. Só uma coisa esqueci de dizer no meu relato. Sara era despudorada, egoísta, indisciplinada e imatura.





























































Porém, tinha um momento que eu via o anjo daquela menina grande e devassa; era quando eu dizia que a amava e ai, sim, ela corava.



















































































































































































































































































































































































Querido Deus, estou aqui na espera de resolver meus trâmites burocráticos para poder ficar nas montanhas, perto dos arco-íris e das tempestades, estudando as diferentes qualidades de Anjos. A cidade dos homens, com sua fumaça e ferocidade, atrapalha minhas observações e o crescimento normal das minhas asas. O Senhor sabe que meu sonho sempre foi voar como Peter Pan ou os Jetsons. A terra anda pesada e as pessoas caminham sem perceber pisando em diamantes. Será que se jogarmos a primeira Edição de Camões pelo chão, irão perceber? Nada. Nem sequer reparam nos Anjos incrustados nas paredes das Igrejas ou na pomba observadora. Quero ficar rico, Senhor, o bastante pra ficar semanas vendo filmes de vampiros no telão do meu notebook. Hoje vim pelo ônibus lembrando quando eu acreditava no amor das mulheres e minha alma tentava achar a porta dos universos paralelos. Claro que agora sou quase um sábio, depois de quebrados escudo e espada. Aprendi lutar de mãos vazias. Jogaste duro comigo, deixando-me vulnerável; porém, hoje, vejo melhor que poucos espíritos estão acesos na escuridão. Poucos aprenderam dizer sim. Quase ninguém a amar. E como mente essa gente. Deveriam ler Garcia Marques. Sei, Senhor, que como poeta a extinção me ameaça. Daqui a pouco vão querer-me em museus. Então, protejei-me Senhor, e acalmai meu coração que não entende como em terra tão farta e tão bela a estupidez não consegue enxergar que a riqueza está apenas em sorrir, amar, agradecer e caminhar. E que nada é sólido, fora o amor. Esta ruim de convencer essa gente, Senhor. Portanto, vos peço que guardai na terra aquilo que me deste e dai-me logo a absolvição. Gosto de ver a arvore do céu crescendo. Entristece ver a multidão de olhos abertos sem enxergar.


























































































































































































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