Usina de Letras
Usina de Letras
232 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140787)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A persiana -- 28/10/2009 - 10:58 (Antonio Accacio Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A persiana
Antonio Accacio Talli


Após um ano de formatura, passei a trabalhar em uma clínica médica, junto a um ginecologista famoso e com uma clientela particular invejável.

A paciente era examinada primeiramente por mim.

Eu fazia a anamnese, o exame clínico, e logo após ela era encaminhada, juntamente com a ficha, ao renomado ginecologista, chefe e dono da clínica.

Numa tarde, entra no meu consultório para o exame clínico rotineiro D. Amélia, senhora de aproximadamente 65 anos, sozinha, andando com dificuldade e fisicamente gasta pelo tempo.

Depois de fazer o histórico e ouvir os seus sintomas, coloquei-a sentada em cima da mesa de exames e, de pé e à sua frente, passei a auscultar o seu coração com o estetoscópio.

Na minha frente, e nas costas da paciente, havia uma janela de vidro com quatro metros de largura por três de altura. Essa janela dava para uma praça e, para evitar o sol abrasador da tarde, existia uma persiana sempre fechada tomando toda a sua extensão.

O consultório era no 5o andar do prédio. Durante a consulta reinava um silêncio total.

Eu, compenetrado e tentando auscultar os batimentos cardíacos de D. Amélia, vejo em minha frente a persiana desprendendo-se da parede e, numa explosão violenta e ensurdecedora, ela cai em sua totalidade, penetrando na sala um clarão como se o sol estivesse entrando e se alojando ali.

Assustado, quedei-me inerte, com os braços abertos e estendidos.

D. Amélia, coitada, de costas para a persiana, não vendo nem sabendo o que estava acontecendo, ao escutar o barulho infernal e ver o clarão, pulou e se agarrou no meu pescoço.

Em instantes, a porta do consultório foi aberta bruscamente e a sala foi ocupada por médicos, enfermeiras e pacientes que, apavorados, achavam que o prédio estava desmoronando. O impacto foi terrível.

A cena encontrada era contrastante: de um lado, só destruição (persiana toda arrebentada, cadeiras e livros espalhados pelo chão); e do outro, só ternura (médico e paciente agarradinhos, rostos colados, como se fossem dois pombinhos).

Eles estavam traumatizados e paralisados pelo susto.

A sorte foi que a diferença de idade era muito grande. Caso contrário, seria difícil explicar o que estava ocorrendo.

Poderiam interpretar mal.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui