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cronicas-->Dragão e Dragonete -- 04/06/2006 - 20:01 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Jorge Ramus quando jovem era um galanteador, boa pinta, bom papo, que vivia a vida num ritmo frenético e muito à frente de sua geração. Um de seus dons era o da pintura, em que numa particularidade sua misturava traços psicodélicos a traços abstratos. Essa aglutinação louca ele usava nas decorações dos clubes na época de carnaval. No interior da cidade lá ia Jorge com seus pincéis, papéis e balões dando vida ao recinto, antes lúgubres. Com todo esse aparato e a importància para o lugarejo ele aproveitava para passar a lábia nas moçoilas ingênuas, que para ele quanto mais belas e mais difíceis melhor seria para a sua lista de conquistas.
Hoje beirando os quarenta não perdeu o pique, mas só engana coroas, quase sempre separadas.
Uma das suas derradeiras conquistas é uma balzaquiana descendentes de italianos, que não foi agraciada com os necessários dotes de beleza. Trocando em miúdos, é feia pra burro e ele sintomaticamente a apelidou de Dragão. Para não dar mancada no momento do idílio amoroso a chama de galega.
Conheceu-a na loja de conservas que ela herdou de seu primeiro marido. Este era caminhoneiro e em suas andanças pelo país infiltrava-se nos terrenos com plantações de palmitos e surrupiava uma grande quantidade. Embalava e vendia. Com o tempo passou a colocar outros condimentos à venda e sua mulher passou a tocar o negócio que prosperou rapidamente. Jorge já no primeiro encontro não perdeu tempo e a Dragão parece que não via homem e estava numa secura danada, pois logo concordou em esperá-lo à noite em sua casa. No horário combinado Jorge deixou seu carro estacionado distante da residência, ligou de seu celular e ela toda feliz esperou-o na porta. Atravessaram a sala e para surpresa de Jorge havia um garoto sentado em frente à televisão jogando vídeo game. Jorge atravessou a sala pé ante pé até respirar tranquilo no quarto. A Dragão antes se deitar ainda disse:
- Não te preocupes com o meu caçula, o outro que está no quarto dele com a namorada é que é ciumento e brigão.
Jorge quase desistiu, mas não poderia afrouxar. Dragão apagou a luz do quarto e partiu para cima de seu novo amante, toda fogosa. Depois do embate amoroso Jorge sentou-se na cama e Dragão passou a contar como era seu marido atual.
- É um policial que no momento está de plantão, não é ciumento, porém é agressivo e como o filho, brigão.
Foi a deixa que faltava, Jorge botou a calça, abriu a janela e pulou. Ao caminhar sentiu que a roupa lhe parecia estranha, olhou para seu corpo e reparou que na pressa colocou a calça da Dragão. Voltou, bateu na janela e a Dragão mais que depressa apagou a làmpada que estava acesa e abriu a janela. Jorge trocou a roupa e reparou que não era a claridade que a atrapalhava na relação e sim o corpo dela que não podia ser exposto de tão feio que era. Saiu com o coração na mão e prometeu para si mesmo nunca mais andar com ela. Não aguentou a promessa e uma semana depois estava saindo com ela. Esse sair significou literalmente procurar outros lugares que não aquele a que estava exposto ao perigo. Passou a frequentar motel e certo dia cansado da mesmice levou-a numas quebradas que trazem recordações até engraçada. O lugar escolhido foi uma plantação de cana de açúcar que deu a impressão que passou um ciclone, pois na ànsia de achar um lugar escondido foi derrubando o canavial com o seu carro.
Decidiu dar um tempo nesse romance e um dia ao adentrar em uma loja de produtos agrícolas reparou que uma mulher o olhava intensamente. O dono da loja o atendeu e perguntou se ele tinha tempo para medir o seu terreno. Jorge tirou a camisa e foram para as terras do comerciante que depois do serviço o agradeceu e o elogiou bastante. Uma semana depois voltou à loja para comprar ração para as suas galinhas e lá estava de novo aquela mulher. Desta vez ela se aproximou, iniciou uma conversa e elogiou seu corpo, pois tinha visto ele sem camisa. Jorge não perdeu tempo e marcaram encontro para o outro dia. Essa nova conquista não é muito bonita, porém apresentável e Jorge nem esquece o nome, Paulina. Jorge, porém ao relatar suas aventuras faz questão de apelidá-la de Dragonete. A justificativa é de que as duas são da mesma cidade, são assanhadas e não são lindas. Dragonete também é separada e tem um namorado. Esse rival luta kung-fu, o que assusta bastante Jorge. Ele sempre a leva para longe de sua residência e de vez em quando a leva ao parque aquático do hotel em que está hospedado. Dragonete tem um corpo bonito que dá de mostrar até na piscina.
Assim como o seu homónimo, Jorge da Capadócia, ou São Jorge, que foi um verdadeiro guerreiro e que venceu terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão, Jorge Ramus tem que, além de abater um dragão, receber como troco uma dragonete.
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