ACATO O CAMINHO
Acato...
A rua por onde eu seguia não tinha norte, seguia.
Tinha pai incomodado, este que já me jurou de morte.
E com sua afiada língua de duas pontas, mexia.
Percebi...
Que passava um ônibus que levava a selva à noite.
Eu não queria, tudo atordoava, e ainda medra.
Mas a minha finitude, o ocaso, era um açoite.
Embarquei...
E logo me dei conta que a provisão acabara, buscá-la.
Consegui abrigo numa hostil vizinhança que me cobrava.
Minha inocência foi desfeita à pauladas.
Lutei...
Afiei por muito tempo minhas armas para matar, eu fiz.
Criei laços, dívidas, patrimônios e um lar.
Meu sonho era o retorno, com norte, ao que sempre quis.
Hoje...
Eu me enfiei numa vida dura, numa armadilha desproporcional.
Adquiri rugas, coração amargurado e defesas em demasia.
E não sei, se o que eu aprendi foi para o bem ou para o mal.
EMRIQI
(novo pseudônimo)
weberleao@yahoo.com.br
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