Evocação
No fundo da música que toca
da imagem que choca
da palavra que retoca,
acontece, (i)lógica,
a solidão sozinha, sem porta.
No raso, havemos de permanecer a nota
cantá-la mais uma vez mais uma na ausência
que não falta e nem sobra
primeira e última inspiração do poema
não nos enganemos de todo
pois tudo é natureza morta,
fixa e impenetrável como a passagem
E nos olhos do imenso acompanhamos juntos...
a grande tristeza que a Beleza nos evoca.
(André Mariano de Almeida – São José do Rio Preto, Julho de 2011) |