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cronicas-->A GOIABADA E A BARANGA -- 05/07/2006 - 19:11 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A GOIABADA E A BARANGA


Fernando Zocca


Ela era imensa, esbanjava gordura por todo esqueleto. A pança, formada mais por triacilglicerídeos do que por qualquer outro elemento obrigava-a campear roupas maiores do que as usadas no tempo em que ainda era normal.
Seus pés sofriam com o excesso de peso e ela mal podia permanecer por muito tempo sem sentar-se.
A baleia espalhava a bafagem pelo ambiente aonde chegava e, a mistura de perfume barato mais halitose impregnava os recintos onde permanecia. A ansiedade era companheira inseparável.
Apesar de viver no bem-bom e só ter o trabalho de se locomover uma vez por mês até o banco onde sacava a pensão paga pelo governo, vivia a pamonha queixando-se dos gastos a que era obrigada fazer.
A folgada não trabalhara um dia sequer em toda aquela vida vazia, e nem mesmo recolhera um mísero centavo aos cofres da previdência; mas por desígnio (não se sabe de quem), fazia jus a tal renda mensal, da qual dava cabo em poucos dias.
Diziam os maus teclados, peçonhentos e ávidos por novidades, que a figura, era tão má, mas tão má, que até na troca da matéria diária, a que todos os mortais normais estavam sujeitos no dia-a-dia, ela procurava enganar a natureza. Por isso ela comia mais do que expelia.
Diziam que ela enchia o pandulho e, por receio de se ver empobrecida, evitava dispensar os excrementos.
A gordona era fã de romeu-e-julieta. Mas se não tivesse queijo ela mandava goela abaixo toda e qualquer goiabada que por ventura morgasse ali, sozinha na geladeira, a espera de parceiro.
Ela não fazia nada além de fofoca. Da casa de parente para casa de parente, levava o que ouvia, e trazia o que lhe era contado. Não tinha sossego a mocréia dos infernos.
Quando abobada não era raro confundir aiatolá com vai atolar. No tempo em que era adolescente só lia gibi do Cisco Kid.
Era supersticiosa ao extremo. Durante a copa do mundo de 2006, quando o Brasil perdeu para a França de 1 a zero, ela pensou que se tivesse assistido ao jogo vestida com blusa amarela e calça azul, o resultado seria diferente.
Durante a partida ela pensou também que se tivesse batido o pé três vezes no batente da porta da cozinha o Cafu não teria feito a falta que fez no atacante francês.
Depois da cobrança daquela falta por Zinedine Zidane, ela achou que se tivesse batido três vezes as palmas das mãos o Dida teria interceptado a bola chutada por Henry Thiery.
Mas o Van Grogue (sempre ele!) falou a ela que aqueles pensamentos poderiam ser variações de pensamentos comuns a pessoas partícipes de jogos e que, à semelhança dos jogadores em questão, viveram situações iguais.
O Van explicou: "Se você tivesse jogando, poderia ter pensado: se eu tivesse dado três passos à frente, quando a bola seguia em direção ao Thiery, ele não teria marcado o gol . Se você estivesse jogando poderia também ter pensado: Se eu tivesse vestido um calção mais largo ou mais curto, teria melhor mobilidade nas pernas . Então, como você não estava jogando, transferiu a crítica para o os chutes, as palmas e a roupas omitidas. Morou?"
A gordurosa achou serem muito complicados aqueles pensamentos do Van, então declarou ser ele chato, muito chato mesmo, pior até que qualquer tipo de goiaba ou goiabada. Por isso foi embora prometendo não voltar tão cedo.
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