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Poesias-->JANELA -- 31/08/2011 - 12:00 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tem uma janela atrás

e atrás dela tem algo que não consigo ver

não vejo além, além por detrás de mim

será possível não ver além por detrás de mim?

não sei. Apenas não vejo, apenas não sei...

... há vários tipos de penas

parece que tenho todas

senão todas, ao menos a mais importante

você está vendo a janela?

ela tem barba branca, hálito de vinho, cansaço de dia e noite parecidos

Olhe a janela. Com cuidado, abra as venezianas e sinta o cheiro intrigante

do tempo em que permanecem fechadas

tampando os sóis, escondendo flores, meninos e meninas,

ruas e casas, carros e bicicletas anônimas

Abra. Sinta. Diga devagar: JA - NE - LA

cada sílaba com sopro de vida

como oração matinal, vespertina ou noturna

isto de pouco importa, pois deus

minúsculo ou maiúsculo (outra desimportância),

há muito deixou de usar cintos e relógios.

Espere um pouco, irei me esconder atrás da janela de madeira escura

Veja, você já não me vê

Só enxerga a janela que me esconde.... Pobre de mim.

Nunca mais janelas. Nunca mais cintos ou relógios

Nunca mais esconder-me na poeira que há entre duas ou mais venezianas. Nunca mais pobre de mim

Nunca mais... Nunca mais. É impossível dizer nunca mais

Sabe de uma coisa? Vou sair desta janela que há por detrás de mim

e só pro vingança, em frente dela, da janela, colocarei minha nova geladeira. Isto: minha nova geladeira

que ainda não tenho, mas certamente a terei...

e quando fizer calor, no lugar de abrir a janela

abrirei o freezer de minha nova geladeira

tomarei uma cerveja gelada, outra cerveja, outra gelada

e mais uma

e mais outras, para quando estiver embriagado procurar uma janela desocupada espiar a lua e cantar sem parar até que os vizinhos chamem a polícia.

Serei preso. Não por minha culpa, mas porque havia uma janela atrás de mim.

Pobre de mim...

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