A fração da melodia
alterou meus sentidos
em camadas de notas que vagam como mar.
Não há ninguém em minha mira de teclas,
há o alvo vago, errante, acidental.
Ele vaga sobre o campo de sensações, na calçada.
Na calçada todos se ultrapassam, fugindo da mira.
O telefone tocou e a alça,
frouxa,
cedeu lugar a você em minha mente.
Na vitrola invasora de lares,
o reggae enchia o ar com notas.
A melodia fagmentou-se em camadas de sentido.
Humano.
O toque do reggae me seca a língua.
Branca.
Ele queria levar sua língua àqueles ouvidos Negros.
Estáticos.
E a mira vibrou no parapeito.
E a brisa salgada veio.
O sax interrompeu o tédio.
Tua fala se perdeu no medo.
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