Usina de Letras
Usina de Letras
161 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140796)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Menina -- 24/04/2001 - 13:20 (Elisa Costa Nascimento) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava num bar numa noite como outra qualquer. As pessoas ao redor pareciam não me ver, mas eu observava cada uma delas com perícia de detetive. Naquela sexta-feira o clima deveria ser de festa e empolgação, mas estranhamente o ambiente estava silencioso, quase fúnebre. Neste momento, surgida não sei de onde, uma mocinha, deveria ter seus 15, 16 anos, aproximou-se e perguntou inocentemente:
- O senhor está sozinho? Posso sentar aqui?
Vinda de uma mulher já soaria estranha esta pergunta, mas de uma menina... E como eu não notara a presença dela antes? O fato é que ela sentou-se à mesa. Era linda! Mas eu, nos meus 40 anos, já não me dava ao luxo de cobiçar aquela beleza. Seu nome era Gabriela, e estava fugindo. Um namorado, se não me engano, que queria levá-la à força para um lugar qualquer. Naquele instante já odiei o maldito. Passamos horas a conversar, e acabei por oferecer-lhe estadia no meu pequeno, no meu minúsculo apartamento. Como bom cavalheiro, ofereci-lhe uma roupa qualquer para dormir e um bom banho. Arrumei uma cama para ela e fui me deitar. Já nesta época morava sozinho. Luíza, minha esposa, havia se mudado uma semana antes, não suportava mais meu temperamento. Tudo bem, eu também já não suportava Luíza. Fiquei ouvindo cada movimento de Gabriela, o barulho do chuveiro, da porta, dos passos. Odeio ter que admitir, mas estava tremendamente excitado. A ereção era tamanha que quase doía. Subitamente, o silêncio: ela havia se deitado. Não durou muito, alguns minutos depois comecei a ouvir o choro, choro de menina, choro de criança indefesa. Não pude resistir. Levantei-me, fui até a cama dela e me deitei ao seu lado. Afagava-lhe o cabelo e lhe beijava o rosto molhado de lágrimas. Então, aconteceu. Não foi culpa minha, juro que não era o que eu queria... Na verdade era, mas meu corpo queria, não minha razão. O fato é que Gabriela olhou-me nos olhos. Profunda e agradecidamente. Segurou meu rosto entre as mãos e puxou de encontro ao seu. Beijou-me, ao mesmo tempo que deslizava a mão sobre minha coxa. Me enlouquecendo. Não havia como resistir. Enfiei a mão por baixo de sua blusa e apalpei seus seios ainda pequenos, rijos, quentes. Eu lhe arranquei a roupa e a possuí, com o desejo louco de quem conteve o tesão por toda uma vida. Gozei como nunca antes. Abracei-a ternamente, ao mesmo tempo que o arrependimento batia. Puta merda, era só uma menina... Olhei para ela, e vi que chorava. Não fazia qualquer ruído, só lágrimas escorriam pela face. Olhou-me e disse, com sua voz de menina:
- Estava fugindo do meu namorado por isso... os homens não sabem o limite entre o amor e o sexo, entre carinho e desejo... misturam as coisas e não percebem que há bem mais que tesão na vida. Espero que não se importe se eu for embora.
Sem reação, vi Gabriela trocar de roupa e sair sem olhar pra trás. Envergonhado, levantei. A mancha de sangue no lençol era da cor do ódio que sentia de mim mesmo, e se misturava à lição que uma menina me ensinou, e que nunca esqueci.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui