Passei dois excelentes dias - o meu dia começa habitualmente à s 5/6 horas da tarde até à s 5/6 horas da manhã - com o meu amigo José Hortênsio, excelência que evoco tão-só pelo convívio e emoções partilhadas, já que a temperatura ambiente, sob o tracinho dos 40º centígrados, leva os cérebros à ideia de que os corpos estão a mais
Domingo e Segunda-feira, 16/17 Julho, a 10 metros da margem direita do rio Douro, cerca de um quilómetro a montante da ponte da Arrábida, em pleno acoite da freguesia de Massarelos, num arraial onde as gentes andam em festa permanente desde o dealbar de Junho.
No primeiro dia, a ementa considerou sardinha assada na brasa, batata cozida, salada mista, madurão branco, café e bagaço. No segundo dia, entrecosto grelhado, arroz de tomate bem malandro e tudo mais como na refeição anterior. A sobremessa? Ah... Pois, logo que o café assentou no dispositivo estomacal, cerveja, muita cerveja fresca, sem conta nem medida e até perder a vontade de conversar.
Resultado: a gente vai deveras passando sem hipótese alguma de voltar para trás e o Douro continua, solenemente calmo, a banhar os meus olhos sem me decepcionar o enlevo.
Algo de Tàntalo supliciante gotejou permanentemente sobre minha memória em irremediável situação: não apareceu por milagroso acaso uma guitarra portuguesa ou uma viola. Estar lado a lado com a Conceição Tavares, desde logo, tudo começa a saber a Fado, só que, assim que a noite baixou, vieram fadistas matar saudades entra a exposição das almas idas, mas, Fado... Apenas o silêncio, mais uma vez, se me pós por dentro a cantar. O silêncio canta?!...
António Torre da Guia |