Usina de Letras
Usina de Letras
131 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62181 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140792)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Guerra no Líbano (por Paul Hughes) -- 19/07/2006 - 10:25 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"O homem nasce, chora, engatinha, anda, cresce e empobrece . Empobrece porque se deixa vencer pela ignorància da vaidade e do poder. E não é só desse tempo que falo. Falo do tempo de um lindo jardim chamado Paraíso, onde parece ter sido o princípio de tudo. Por vezes me irrito com essa genética. Foi assim, pouco a pouco, que o mundo começou a perder a face que havia sido esculpida para ser serena." (HNM/jullho 2006)


Ainda ontem ouvi o jornal e muitos depoimentos de recém-chegados dentre os que conseguiram sair do Líbano e aportar em São Paulo e Rio de Janeiro.


Segue abaixo uma crónica que descreve o fim de mais um sonho. Há duras penas esse povo havia conseguido se reerguer após uma guerra civil de 15 anos.


DEPOIMENTO-Bombas em Beirute transformam férias em pesadelo

(Por Paul Hughes)


BEIRUTE (Reuters) - Você sabe quando suas férias desandaram quando o hotel coloca um papel por baixo da porta do seu quarto com orientações sobre a localização do abrigo antiaéreo.

Encantados por estarmos nos dirigindo para nossa cidade favorita no Oriente Médio, eu e minha mulher chegamos a Beirute no momento em que os militantes do Hizbollah capturavam dois soldados israelenses, detonando uma violenta ação militar de Israel contra o Líbano.

Longe da noite agitada e da maravilhosa comida que pensávamos usufruir em uma cidade que retoma seu charme após décadas de guerra, agora contávamos com lugares privilegiados para assistir ao poder de fogo do Estado judaico.

Poucas horas depois de nosso desembarque, as bombas israelenses tinham aberto crateras na pista do aeroporto de Beirute, buracos que podíamos ver facilmente da sacada do nosso hotel. Não passou muito tempo, e começaram os ataques contra os redutos do Hizbollah no sul de Beirute.

A experiência não poderia ser mais incongruente.

Durante a guerra civil no Líbano (1975-1990), correspondentes estrangeiros como eu nos maravilhávamos com a capacidade dos hotéis de Beirute de, no auge dos conflitos, servir seus hóspedes, garantindo-lhes as camisas bem passadas e bons vinhos.

Agora, aqui estávamos no terraço do piano-bar de nosso hotel enquanto mísseis caíam sobre a área residencial ao alcance dos nossos olhos.

Beirute quase não tem defesas contra o poder aéreo de Israel. Os poucos disparos da artilharia antiaérea não conseguiam encobrir a música "Imagine", de John Lennon, tocando naquele momento.

MAIS UMA CAIPIRINHA, SENHOR?

Os garçons impecáveis, símbolo do alto padrão do setor turístico que o Líbano tentou preservar nos anos negros da guerra civil, quase não piscavam os olhos enquanto as ambulàncias passavam soando suas sirenes nas ruas abaixo do hotel.

"Mais uma caipirinha, senhor?"

Antes dos bombardeios, os hotéis estavam lotados com turistas ricos do golfo Pérsico e com emigrantes libaneses, e este prometia ser o melhor verão das últimas décadas para o país.

Beirute tinha começado a acreditar que conseguia retomar as glórias do passado, quando era conhecido como o parque de diversões do Oriente Médio.

Apesar de manterem a pose, os funcionários do hotel, como a maior parte dos libaneses, estão arrasados. Os sonhos viraram pó, de novo, em meio às imagens de mortos e feridos, prédios e pontes destruídas e milhares de pessoas procurando refúgio em parques e escolas.

No momento em que decidimos partir, três dias depois do começo dos combates, o hotel já estava quase vazio.

Embaixadas de países da região levaram seus cidadãos por meio da Síria, nas primeiras 24 horas. A Grã-Bretanha, os EUA e nações da Europa ainda realizam operações de retirada.

Geralmente, pode-se viajar de Beirute a Damasco em uma viagem de táxi que leva duas horas e que custa 100 dólares. No sábado, o concierge do hotel afirmou ter encontrado apenas uma pessoa disposta a arriscar-se na viagem e que ela cobraria 1.000 dólares.

Conseguimos encontrar um motorista que conhecíamos de nossas viagens anteriores e partimos em meio às ruas desertas. O tráfego de veículos tornou-se mais intenso nas montanhas, a cerca de uma hora da capital. A região serve de abrigo para muitos libaneses ricos.

De repente, um policial montado em uma moto passou em alta velocidade por nós e nos mandou sair para uma estrada secundária. Um avião israelense tinha acabado de bombardear a estrada na qual estávamos. As aeronaves ainda continuavam na região. Nos próximos cinco minutos, nosso motorista percorreu, em desabalada carreira, várias estradas pequenas, vasculhando os céus com nervosismo.

Quando regressamos para a estrada principal, os destroços deixados pelos mísseis podiam ser vistos alguns metros atrás. Mas para nós, turistas, a fronteira estava à vista.




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui