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cronicas-->Minhas primeiras imagens -- 19/07/2006 - 20:14 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ninguém me advertiu, mas tive um pressentimento: os dias no ventre de minha mãe estavam contados.

Tudo era `automatizado´, porém harmonioso. Não precisava chorar para dizer que estava com frio, fome ou sujo. Apenas, ficava na minha: quietinho naquela bolsa `quentinha´.

Não sei ao certo o que ocorreu, mas em uma manhã bem dourada de fevereiro fui `empurrada para fora´. Lembro-me bem, sequer me perguntaram se eu queria `sair´.

Naquele exato momento, percebi o que `significava´ ser filho. Não tendo outra opção fui em frente para enfrentar a vida. Ela me chamava, exigia minha presença.

Nos meus primeiros dias, primeiros meses, as coisas não estavam muito nítidas. Tudo me parecia estranho e embaçado. As vozes se misturavam. Não sabia bem quem era quem.

Hoje, já sei distinguir perfeitamente as vozes e fisionomias que me cercam com mais frequência.

Por vezes, ouço uns dizendo que me pareço com mamãe e, outros, com papai. Mas cá entre nós, sei que tenho um pouquinho de cada um.

Pensando bem, não estou achando tão ruim assim este lado de fora. Na realidade, apenas o conhecia através de sons e ` sensações´.

Gosto da maneira com que cuidam de mim. Minha mãe está continuamente por perto. Quase sempre a posso tocar. Meu pai chega ao final da tarde e logo me assume. Por vezes, é ele que `sai da cama´ quando choro durante a noite. Troca a minha fralda, esquenta minha mamadeira e me pega no colo. `Mamo´ e trato de dormir rapidinho. Sei que no dia seguinte ele precisa trabalhar bem cedinho.

Olho para minha mãe, vejo tanta dedicação, me enterneço. Olho bem para meu pai, gosto do que vejo. Vou ser assim quando crescer.

Percebo que existem momentos em que estão cansados e com muito sono. Mas mesmo assim, continuam atentos. Chego a ficar com os olhos úmidos, mas tenho fome, o que posso fazer?

Por vezes, me divirto muito porque não consigo ainda controlar meus impulsos e meu `xixi´ voa sobre um ou outro na hora do banho ou na troca de fraldas. Não sei se acham muita graça, mas eu gargalho.

Na realidade, o que aprecio mesmo é quando me apertam bem juntinho ao coração. Fico bem quietinho, e cada `tum...tum´, vai adentrando deliciosamente no meu corpinho. Fico sereno e adormeço com os anjos.

Hoje, sonho em poder abraçar os dois. Mas não consigo ainda ter controle sobre os meus movimentos. Tento levar meus braços para um lado, mas eles teimam e vão para o outro.

Algumas vezes me irrito e outras, até que me divirto. Contudo, já aprendi que o tempo passa rápido como o vento. Assim, no próximo ano eu vou estar mais `crescidinho´ e poderei dar, não apenas um, mas dois grandes abraços!

(imagens do meu primeiro neto nascido em fevereiro de 2004)
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