O TRAPACEIRO
Esta história ouvi minha mãe contar, faz bastante tempo.
Um trapaceiro chegou a uma cidadezinha do interior, e perguntou a um comerciante, quem era a pessoa mais rica e confiável da cidade. O comerciante, inocentemente, apontou para a residência do Vigário, que ficava a poucos metros de seu estabelecimento. O trapaceiro, antes de se dirigir para a residência do Vigário, confidenciou ao bodegueiro que dispunha de 5oo mil réis e desejava entregar a uma pessoa de confiança, para guardar, até o seu retorno a cidade no mês seguinte.
Dali saiu em direção a residência do Vigário, falou alguma coisa com a pessoa que o atendeu, sem contudo, dizer o motivo de sua visita, que era solicitar para guardar os 500 mil réis.
Decorridos 30 dias, o trapaceiro retorna a cidade, fala com o comerciante que indicou o nome do Vigário para guardar a referida importância, e sai em direção a casa do Vigário.
La chegando, disse para o Vigário: "Estou necessitando do dinheiro que lhe dei para guardar, pois, preciso saldar alguns compromissos.
O Vigário, assustado, com essa estranha história, disse que ele estava maluco, e que não havia recebido dinheiro algum para guardar.
O trapaceiro após ouvir a resposta do Vigário, disse que iria levar o caso ao conhecimento do Delegado.
Chegando na Delegacia relatou a sua história, dizendo que a única pessoa que havia tomado conhecimento desse fato havia sido o comerciante proprietário da Mercearia localizada na entrada da cidade.
Já na presença do comerciante, o trapaceiro voltou a contar a mesma história. Enquanto isso o Vigário continuava negando, até que no auge da discussão, chegou um fazendeiro rico amigo do Vigário, e a fim de livrá-lo daquela situação, disse para o trapaceiro. "Onde você está com a cabeça ? O seu dinheiro está em meu poder, pois, foi a mim que você entregou para guardar.
Imediatamente, o trapaceiro respondeu: Gente honesta age dessa maneira. Eu até cheguei a duvidar da sua honestidade , pois, estava certo de que o Sr. também iria negar.
Resumo da história:
O trapaceiro saiu da cidade com um conto de réis que, diga-se de passagem, era muito dinheiro para a época.
Do Livro inédito: RENDIÇÃO DO TEMPO ".
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