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cronicas-->Às vezes o trabalho mais cansa do que dignifica -- 25/07/2006 - 23:57 (Carlos Henrique Bohn) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Com apenas dois meses de permanência no primeiro emprego, um amigo meu começou a espalhar essa frase: "O trabalho dignifica o homem. Mas ás vezes mais cansa do que dignifica". Precisamos tomar cuidado com o trabalho. Esse negócio pode acabar dando problemas.

Quando e onde surgiu a idéia de que o homem precisa trabalhar? Certo dia um primata sentiu sua barriga roncando e foi atrás da caça. Aprendeu que isso matava a fome. O cérebro evoluiu e começou a planejar plantações e criações de animais lá nas margens dos Rios Tigre e Eufrates, na Mesopotàmia. Passaram-se séculos e inventaram o vapor, a industria, a Internet, etc. Em algum momento da nossa história deram a isso tudo o nome de trabalho. E agora passamos a vida inteira atrás desse substantivo de oito letras. Não poderia ser uma palavra menor? Daria menos trabalho para escrever.

Em qualquer cultura humana se trabalha. Algumas sociedades valorizam mais o trabalho do que outras. Vejam de um lado os EUA, o Japão e a Europa; e de outro os... Ah, é melhor não citar nomes porque depois podem pensar que estou chamando de vagabundos alguns grupos. De qualquer modo, todos sabemos que existem por aí muitos que não se importam tanto com o trabalho. De maneira alguma estou criticando-os.

Lanço uma pergunta sem defender nenhuma resposta: vale a pena trabalhar tanto? Antes de tomar uma posição é bom avaliar os pontos positivos e negativos.

Um dos principais aspectos positivos do trabalho é a remuneração, com qual se pode comprar quase tudo. Outro é a dignificação, como fala meu amigo. Esta, no entanto, torna-se controversa, pois quem não trabalha é indigno?

Agora mostro os aspectos negativos. A maioria das pessoas dispensa em média um terço do dia dormindo e outro trabalhando. Sobram-lhe oito horas. Nas metrópoles gasta umas três horas e meia no trànsito, uma hora se alimentando e uma hora se arrumando para fazer tudo isso. Fica, no mínimo, mais uma hora assistindo televisão, meia hora no banheiro fazendo as necessidades fisiológicas (urinando, defecando, etc.) e meia hora tomando banho e escovando os dentes. Sabe quanto tempo sobra para não fazer nada? Gaste mais um minuto para fazer as contas e perceberá que lhe resta apenas meia hora do seu dia para o ócio. Se trabalhar mais de oito horas fica devendo tempo. Por isso todo mundo reclama que o dia só tem vinte e quatro horas. Se trabalharmos durante quarenta anos (cinco na faculdade e trinta e cinco no emprego), passaremos apenas 5200 horas mais os finais de semana sem fazer nada (isso para quem não rala também aos sábados e domingos).

Apresento ainda mais um argumento contra o trabalho excessivo. Muitos trabalhadores no Brasil (não sei quantos) têm jornadas diárias de quatorze ou mais horas. Entre eles estão tanto os bem como os mal pagos: cortadores de cana, atores, cineastas e executivos. Essas, entre outras categorias, pensam em ganhar muito dinheiro. Nem todos conseguem. Os que conseguem gastam boa parte da renda com plano de saúde para cuidar dos problemas psiquiátricos, gástricos e cardíacos gerados pelo trabalho. Quem ganha pouco não gasta nada porque não tem mesmo, e como depende do SUS, morre cedo. Só quem trabalha pouco está com a saúde boa e não precisa de consultas, exames e medicamentos.

Cabe a cada um então analisar sua condição e avaliar se está valendo a pena trabalhar demais ou de menos.

Neste texto já passo da marca dos 3500 caracteres, o suficiente para me dignificar. Então paro por aqui para não me cansar e não ter despesas posteriores com fisioterapia para curar uma provável dor nos pulsos devido à demasiada escrita.

carlos_maringa@hotmail.com
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