Usina de Letras
Usina de Letras
268 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62171 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50576)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Festa de Arromba -- 29/07/2006 - 21:11 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Festa de Arromba

Quando lerem o título desta crónica, podem me chamar pelo jargão do personagem do programa televisivo (termo usado por quem tem idade avançada) Zorra Total: "Tu és velho, hem, Alvarenga!". Eu não ficarei chateado, pois a festa que passarei a contar foi em homenagem aos oitenta anos comemorados por nosso querido pai.
Não é muita gente que chega a essa idade, e muitos que a alcançam tem doenças que incomodam a si e a seus familiares.
Nosso pai, dia oito de agosto de dois mil e cinco completou essa data quase secular. Quase um ano antes, reuniu os filhos e disse que gostaria de presentear com uma festa aos seus amigos.
Pedido feito, começamos a bolar como a faríamos. Fizemos quatro reuniões em que ele participava até onde nós deixávamos, pois queríamos fazer-lhe algumas surpresas. A lista de convidados foi extensa, esticava, diminuía, até que chegássemos a um consenso.
Vamos falar de tudo o que de bom aconteceu durante os preparativos e no dia festivo, porque os contratempos ocorridos entre os irmãos ficaram para trás. Vale a pena lembrar que foram pequenas discussões de disputa de ego, poder, força e que uniu ainda mais os irmãos.
Dia oito foi um dia chuvoso que não conseguiu tirar o brilho das comemorações e dos olhos de alegria do seu Arão, o aniversariante.
A missa celebrada pelo Padre Zezinho foi conduzida de maneira irretocável.
A participação no ofertório, dos netos e bisnetos do seu Arão, deixou a todos maravilhados.
Durante a missa aconteceu o batismo da bisneta do aniversariante e nada mais justo do que ele ter sido escolhido o padrinho da pequerrucha. Eram dezenas de flashes a espocarem (novamente um termo usado por quem é velho) nos olhos da menina assustada, que naquele instante passava a ser filha de Cristo.
A prática (não precisa ser octogenário para usar essa palavra), ou melhor, o comentário feito pelo padre realçou os quatro amores do aniversariante: Nossa mãe, a saudosa Pedrinha, a nossa família, que lhe proporcionou mais alegria que tristeza nesses vinte e nove mil e duzentos dias, a Banda Carlos Gomes que o incentivou a gostar da arte e por fim a Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes que o encaminhou para fazer somente o bem ao próximo.
Na missa um de seus filhos leu uma mensagem linda que dava um exemplo a não ser seguido, o abandono de um pai e ainda mostrava olhar de pavor do pai abandonado.
Passamos agora a contar o que aconteceu no salão de festas. Os netos aguardavam em seus postos, alegres, a ordem de servir as bebidas aos convidados.
Num telão foram mostradas as etapas da vida de nosso pai. Foram filmagens amadoras, mas que pareciam feitas por profissionais, que retratavam os tempos em que ele e seu irmão gêmeo Abraão quebravam pedra, ainda crianças, para vendê-las para a construção da estrada de ferro. Depois foram mostrados os irmãos brincando à beira da lagoa e sobre uma árvore. Imagens essas colhidas de dois meninos gêmeos. Em seguida foi mostrado um casal, vestido de noivos, numa canoa, indo se casar, assim como aconteceu há cinquenta e seis anos atrás. Na fase adulta, o tio Abrão, representando nosso pai, foi visto na igreja, no porto e trajado com o uniforme da banda. Por fim foram mostradas imagens da Boda de Ouro e algumas fotos da família passavam no telão, pormenorizando toda a longa e brilhante vida de nosso pai.
Saindo da tela para a realidade, vemos um senhor com saúde, alegria e bom papo.
Comida gostosa foi servida. Os mais diferentes pratos foram preparados por senhoras que nada cobraram e que fizeram "pela amizade que tinham com o homem que lhes trazia sempre alegria".
As sobremesas foram feitas pelas filhas e noras que disputavam quem fazia a melhor iguaria, e quem saiu ganhando fomos nós, os consumidores.
Sempre em festas desse tipo o aniversariante deixa sobre a mesa um enfeite que o convidado leva para casa como lembrança. Dessa vez foi diferente, seu Arão passou mesa por mesa e entregava um pacotinho. Este continha um chaveiro no qual estava estampada a sua foto e do outro lado seu nome e os dizeres 80 anos e a data do acontecimento.
Para terminar, não podia faltar a música, cantada por uma dupla que relembrava canções antigas e atuais.
Seu Arão dançou com suas filhas e noras e promete dançar daqui a dez anos, se Deus assim o permitir.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 16Exibido 560 vezesFale com o autor