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Erotico-->O AUXILIO ESPIRITUAL -- 02/04/2005 - 18:34 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O AUXÍLIO ESPIRITUAL


Fernando Zocca



Suzana Red Flag, compromissada com o Edbar Jadeu E.Q. Jaéra, estava deprimida naquela tarde fria. Com o cigarro aceso, entre os dedos da mão esquerda, ela fitava o vazio. Encostada no batente da porta do quintal, ouvia com desalento, aquela cachorrada dos infernos.
Ela se sentia mais atrapalhada que o coelhinho da páscoa, no meio das crianças afoitas, carentes por ovos frescos.
Suzana R. Flag tentou lembrar-se do dia em que discutiu com o noivo e, com a bituca no canto esquerdo da boca, lhe dissera palavrões cabeludos. Mas ela queixava-se por nunca ter levado para casa troféu nenhum das brigas que ganhara.
Ela porém, nunca esqueceu as contendas que perdera. A infeliz estava quase conformada em não ser mesmo ninguém.
Pensava ser perdedora por falar aquilo que pensava. Afinal ela não possuía os meios de produção dos bens de consumo. Portanto tinha mais é que ficar calada, de bico bem fechado.
No dia em que o Edbar disse-lhe em tom irado: "Feche os beiço!" Suzana arrepiou-se igual aos gatos pretos diante dos cachorrões barulhentos.
O noivo contou-lhe que a Shana Sem, vizinha escrofulosa, falava o que pensava, para ser diferente, e ninguém se queixava dela. Tal fato teria ferido os brios da Suzana. Ela tornou-se tão sensível que se lhe soprassem: "Suzana, é um pé-de-cana" ela desabava em choro incontido.
Mas Suzana Flag não se esqueceria com tanta facilidade aquele dia em que levou da Shana, um sopapo no alto da sinagoga, cuja força impactante lançou-lhe a peruca, as lentes de contato e a dentadura pra bem longe.
Era aprendera que: "A Shana Sem, é violenta, e pouca vergonha tem."
Quem conhecia sabia que a Red Flag era bem presunçosa. Ela dizia ser sua geladeira muito boa, mas tão boa, que congelava até imagem.
Quando era adolescente Suzana Flag gostava de jogar futebol com a molecada. Mas certo dia, ao dizer que desejava fazer gols de bicicleta, e por isso teria entrado no campo com uma Caloi Barra-forte, o pessoal a vaiou.
Muitos afirmaram que a Suzana Red Flag teria pisado feito na bola ao gritar para sua mãe, num momento de fúria: "Sinto vergonha de ter nascido sua filha."
Mas aquele pessoal maluco tinha um pensamento comum: muitos desejavam ver Jarbas, o prefeito caquético e testudo, internado numa clinica psiquiátrica espírita. Afinal aquele homem não pagava o que devia, e seus credores já andavam de saco bem cheio.
Todos queriam ver o Jarbas sendo conduzido, de táxi ao hospital, onde pagaria por seus pecados. E desejavam faze-lo ouvir, depois da internação, a música "Vou de Táxi" da Angélica, sendo tocada em todas as rádios de Tupinambicas das Linhas.
Jarbas sabia que seu governo perigava. E não tardou em doar R$225.000,00 (duzentos e vinte e cinco mil reais) para a diretoria da seita maligna do pavão-louco, a fim de obter a proteção espiritual.
A seita maligna do pavão-doentio usava o mesmo método praticado por All Capone em Chicago, nos Estado Unidos, na década de 20.
Para aqueles que perguntavam de onde teria vindo a verba, tendo-se em vista a penúria da administração municipal, cabia a certeza de que o governo do Estado de S. Tupinambos enviara a receita.
O governador, desviando a luz de um compromisso sério, assumido anteriormente, remetera parte das estalecas, para seu correligionário, de Tupinambica das Linhas.
Todo o povo sabia que a moral dos componentes daquele partido de larápios, admitia o descumprimento das obrigações assumidas com a fiança do governo do Estado de S. Tupinambos, à EFTL Estrada de Ferro Tupinambica das Linhas.
Para privatizar a empresa deficitária, o governo do Estado tornara-se seu avalista. Se a empresa não honrasse seus compromissos, o estado os honraria.
Acontece que a história não foi bem assim. A Estrada de Ferro, conforme o previsto, não pagou nenhum dos seus credores. E o governador do Estado de S. Tupinambos, quando chamado a cumprir o avençado, deu uma desculpa esfarrapada, dizendo que não fora ele, e muito menos o seu partido, que participaram da assinatura dos documentos comprometedores.
Não restou outra alternativa para os credores da Estrada de Ferro do que a de postular no judiciário, a condenação do Estado de S. Tupinambos a pagar o devido. O universo inteiro sabia que um processo desse demoraria, no mínimo, uma vintena de anos para ser concluído.
Enquanto isso, o senhor governador, com muita serenidade, que lhe causava a refrigerante careca lustrosa, desviou parte das verbas, remetendo-as ao Jarbas.
Esse dinheiro, conforme já pode notar meu mui inteligente leitor, serviu para o caquético-testudo providenciar e fortalecer a "proteção espiritual" do seu combalido governo.
É a vida. Fazer o quê, não é?
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