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Cronicas-->A panela fumegante -- 02/08/2006 - 14:23 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A PANELA FUMEGANTE


Fernando Zocca


"Enquanto vocês ainda estão indo com o amendoim eu já estou voltando com a paçoca. Ora veja!" (frase dita por Van Grogue quando lhe contaram as notícias sobre o tal de Mané Brade).

Mané Brade Scolado era tão liso, mas tão liso que não ficava preso nem em engarrafamento. O pessoal queixava-se dele por considera-lo usurário.
Naquela cidade era só ele que enricava, ninguém mais. O misere geral não o impedia de financiar hortas e tomar os terrenos após o malogro das colheitas.
Diziam que com Mané Brade Scolado e seus amigos, nem o Van Grogue podia. Mas não era por lidar com dinheiro que ele não deixava de ter seus momentos de loucura. Com a cabeça quente achava ser o vinho ovo diminuto.
Mané Brade Scolado com sua voz de tenor, e padecente de rinite alérgica crónica, era sócio fundador e membro da diretoria na seita maligna do pavão-bem-louco, cuja sede situava-se na região central de Tupinambicas das Linhas. Porém isso não significava ter ele inteligência suficiente para distinguir as diferenças existentes entre, por exemplo, radioterapia e oitiva diária da FM do município.
Van Grogue numa ocasião disse no bar da tia Lucy Nada, que aquele tal de Brade, quando garoto, fora contratado (com carteira profissional assinada e tudo) para irrigar o campo onde o E.C. 7,5 de Novembro mandava seus jogos. E que seu contrato não durou muito: por ser bem folgado, ele só aparecia no serviço quando chovia.
Carlão C. Bolha e Castor Doreal, o malabarista formal, circunspeto e voz grave, viviam dizendo, pela redondeza, que aquele tal de Brade instigava a briga entre vizinhos para vender, depois de instalada a confusão, estilingues e bolas de gude aos rixosos.
Mas não era ruim da cabeça quem dizia não saber o Brade Scolado diferençar entre focinho de porco, fossas nasais e tomada elétrica. Com certeza!
Brade Scolado não compreendia, em certa etapa de sua vida, que não era em todo e qualquer buraco que se podia enfiar os dedos. Ó burro!
Van Grogue soube que aquele tal de Mané Brade Scolado por ser sovina, apesar da fortuna amealhada com a exploração dos mais pobres, quando circulava por Tupinambicas das Linhas, o fazia dirigindo seu fusca velho e sem um mísero centavo no bolso. Dizia também a quem quisesse ouvir, naquele botequim dos infernos, que o velhote não usava cuecas e meias.
Dona Lucy colaborando com a boa prosa informou terem lançado uma praga contra o Brade: "Depois da morte dele tanto as filiais quanto a matriz duelariam pela herança. E que não haveria complacência entre as briguentas."
Uma coisa era certa: naquele ano eleitoral, Jarbas tentaria a reeleição e ele não teria chance de conseguir o dinheiro para a campanha se não fosse pedindo emprestado ao famigerado Mané Brade Scolado, apesar do juro criminoso por ele cobrado.
Digitavam alguns peçonhentos que além de liso Brade era também de circo. Quem poderia com uma figura daquelas?

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