A tarde esvai-se em cores de solidão.
Horas passam asfixiantes
tudo e’ tão calmo e tão triste
o silêncio impera triunfal, destituído de vida
há um momento, no limiar do fim do dia
onde rompe-se a armadura da razão
e o sentir toma formas inesperadas
acendem-se todas as luzes
um eterno preencher de espaços e ausências
noites imateriais, pura melancolia
na janela instala-se o cosmos
no vácuo atiro todos os pensamentos
que giram e giram e giram como galáxias
recombinam-se, atrapalham-se, expandem-se,
inquieto serenar. |