Estou meio saudosa
Sei que me admiras muito.
Pelo intelecto, claro!
E eu jamais pensaria ser de outro modo, pois o espírito talvez nem cogites ver, por ser, obviamente, invisível.
A matéria, então...
Uche! Essa... Nem te conto!
Anda, de tal modo judiada que não há músculo que se vislumbre, apenas uma camada espessa de gordura, a que o d’além chama “banha”.
Brasileiro é mais delicado e culto, chama-a de celulite... Porém, para quem usa o "trepa-trepa" sem nenhuma parcimônia, nada é novidade...
Isso só seria estranho, se o mesmo não acabasse de autodeclarar-se “bicho”.
Seria “bicha” e ele não soube definir-se?
Bem...
Ao “bicho” tudo se desculpa.
Viu?
A convivência com os “simplórios” tem sido tão aconchegante, que estou a ficar prolixa.
É que tenho pesquisado um jeito de “chegar até eles”, mas não pensava ser tão penoso, pois, quem já nasce com a sina de intelectual, dificilmente comete “suicídio cultural”
(esta é boa para análise do ZPA).
Até rimou!
Mas é isso, caríssimo Guima.
Tento "descer o nível" e me arrebento nas fronteiras da língua.
Esta doce língua
em que Camões chorou
sua amarga senda
pelos Sonetos do Amor...
Como estou prolixa!
Esta despretensiosa missiva era, apenas, para repassar-te umas pérolas de certos estudantes em provas finais.
Mas não tas envio (uau!) como coisa deplorável... Não!
É que, por seres atualmente, um acadêmico em leis, de matrícula aberta, precisas, constantemente,
de umas dicas intertextuais, para o teu tão glamuroso currículo.
Aí vão as pérolas, tiradas de respostas a questões da última prova
do Colégio Pedro II.
A questão era:
- Faça uma análise da Importância do Vale do Paraíba.
E o brilhante aluno respondeu:
“O vale do paraíba é de suma importância, pois não podemos discriminar esses importantes cidadãos, já que existem o vale-transporte, o vale-idoso, por que não existir, também, o vale-do-paraíba?!”
Diga-me, com franqueza, amigão... Você, como futuro homem das leis, não tomaria a defesa desse aluno, se ele recorresse pelo ZERO na sua dissertação?
Pois, considerando, que o “Vale do Paraíba” estava totalmente fora de um contexto, ou seja, descontextualizado, o confuso aluno, com seu estresse de provas finais, não tinha a cabeça-fria para discorrer que o nome em questão estava com letras maiúsculas, o que para um aluno calmo normalmente não traria nenhuma ambigüidade.
Eu daria nota DEZ a esse aluno.
Perder-se-ia um geógrafo; ganhar-se-ia um humorista.
Abraço eterno
Milazul,
Cada vez mais perto do Céu...
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