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Cronicas-->O grande chaleira -- 09/08/2006 - 08:40 (Domingos Sávio Fernandes de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O grande chaleira (07/04/2003)

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Dentre as várias características que maculam a condição humana existe uma de completa repugnància, porquanto vir associada a várias outras deformidades de caráter. Refiro-me ao defectível chaleirismo.

Quando ele está presente na escola causa nojo aos demais estudantes verem o chaleira furtar-se ao estudo para alcançar excelentes notas a troco de elogios imerecidos, premiações injustificáveis, exaltações desmesuradas e inoportunas aos professores. Normalmente, refém da indolência e da pouca capacidade intelectiva recorre o mal formado de caráter a essas práticas espúrias, infelizmente, muitas vezes encontrando abrigo de uns poucos professores, também deformados, e muitas vezes também possuidores de tal defeito.

Quando verificado no ambiente de trabalho, o chaleira espalha a desarmonia, cria a insegurança e dissemina a covardia. Para galgar cargos ou benefícios, não se furta à prática do dedurismo e da propagação do amor infinito à chefia e à repartição, esquecendo-se que apenas vende, e por pouco dinheiro, a sua força de trabalho. É de imediato identificado. Está sempre à margem dos companheiros e quase sempre é o primeiro a ser expulso do setor ou do próprio emprego quando se tem uma administração séria e responsável.

Quando inserido no sistema político, o vemos quase sempre sem posições firmes, vacilante em suas colocações e a reboque dos que têm expressiva votação. Por ser um sistema onde permeia o clientelismo e favorecimentos, o chaleira vê-se em terreno fecundo para semear sua aptidão, atuando com desenvoltura e sempre se amparando nos mais fortes. Não hesita em comportar-se como trànsfuga assim que as condições lhe sinalizem ameaças. Muda de partido a todo instante.

Em suma, identificamos o chaleira em todos os espaços de convivência em sociedade, desde as que têm pequeno significado às que possuem cargos de elevada estima e poder. Como é uma deformidade de caráter está associada à frouxidão, falsidade, covardia, inaptidão, delação e complexos.

O não longínquo episódio da covarde invasão do Iraque nos mostra com nitidez insofismável a presença desse ser no cenário mundial. Refiro-me ao primeiro ministro inglês. Diariamente vemos os protestos de seus compatriotas diante da postura subserviente que o mesmo tem com o chefe dos EUA. A posição submissa e subalterna do premier agride o caráter, envergonha os ingleses, enodoa os povos e desfigura o ser humano.

Historicamente verificamos que vários povos foram vítimas dos assaltos dos ingleses. Nossos irmãos lusitanos sofreram a rapinagem dos piratas que atacavam as embarcações pejadas dos produtos oriundos das colónias. Sempre foram primorosos na arte de apropriarem-se da riqueza alheia, sem que para isso tivessem que derramar suor para sua produção. Julgávamos que isso havia acabado e que tais procedimentos jaziam nos túmulos.

Surpreendentemente o tal estadista faz renascer essas práticas, maculando a nação inglesa com sua postura interesseira em se apropriar das riquezas do Iraque. Vislumbra o puxa-saco o prêmio pela sua parceria. Esquece a sua posição de homem público responsável pela paz mundial. Atira jovens recrutas no infamante mister de aniquilar os proprietários do ouro negro.. Veste-lhes a roupa de novos piratas e aguarda as migalhas que Bush o presenteará após o banquete.

Olvida o primeiro ministro que o grande império inglês do passado ruiu por falta de capacidade de administração, por completa incompetência onde predominava o servilismo e a subserviência à realeza. Colónia por colónia foram-se vendo livres do domínio inglês, insurgindo-se contra a sua exploração. As treze colónias americanas que erigiram o hoje império norte-americano têm a gênese do povo inglês que não tolerou a bajulação e covardia e decidiu trabalhar e produzir para obter seu próprio desenvolvimento e independência.

A vitória do exército anglo-americano está próxima. A divisão das riquezas do povo iraquiano está por alguns dias para ser iniciada. O referido premier receberá o quinhão pela sua extrema capacidade de exímio chaleira. O povo inglês vilipendiado e envergonhado saberá colocá-lo na galeria da história, reservando-lhe com destaque a posição que o mundo o destacará.

Faço uma reivindicação aos cidadãos ingleses para inserirem, logo abaixo do grande retrato do chaleira, alguns adjetivos que usamos em nossa língua portuguesa, a fim de que o mundo conheça como chamamos a quem assim procede: chaleira; puxa-saco; lambe botas; adulador; lambeteiro; sabujo; xereta; baba-ovo; cafofa; xeleléu; xepeiro; bajulador.


Salvador, 07/04/2003
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