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Contos-->CONSEQUÊNCIA DE UM CURIOSO -- 01/03/2010 - 11:15 (Ilário Iéteka) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Em uma fábrica de papelão no interior do Paraná, Sebastião e Juvêncio, trabalhavam de oito a doze horas diárias. Suas economias eram utilizadas para compras de roupas, passeios na cidade de Ponta Grossa e divertirem-se um pouco. Rapazes simples, analfabetos. Ao tentar localizar ruas, praças e logradouros percebiam que despediam um enorme sacrifício.

Eles caminhavam de um lugar a outro, somente a base de informações, do caso contrário não saiam da praça principal. Envergonhados, para entrar em um restaurante, quem os faria? As refeições eram feitas em bares simples e populares. O recato, impedia-os de muitos prazeres, deixado-os aborrecidos. Eles vinham cedo para a cidade e de tardezinha regressavam para o trabalho. Lá sim, estavam em seu território, em suas casas, lugares e pessoas conhecidas.

Em uma dessas raras passagens pela cidade, Sebastião e Juvêncio ficaram curiosos e foram até a praça Guaraúna, queriam conhecer uma obra que a prefeitura acabara de inaugurar, banheiros públicos. A população aguardava há muito tempo essa construção, a novidade era ótima, idéia renovadora em uma cidade do interior. Caso uma pessoa saísse de casa e precisasse de um banheiro, agora teria onde fazer suas necessidades fisiológicas.

Sebastião chegando na cidade, entrou no boteco costumeiro e resolveu comer um quibe que estava naqueles velhos armazenadores de vidro para manter o calor e um certo aspecto de recém frito. Passados alguns minutos, sua barriga entrou em ebulição, roncava sem parar, exigia um banheiro com urgência. Era muito acanhado e pedir para ir ao banheiro era um dilema. Para sua sorte tinham sido inaugurado o banheiro da praça e neste lugar não precisaria de autorização. Ao entrar no recinto, ficou pasmo e admirado com a beleza do ambiente, até aquele momento de sua vida nunca tinha usado banheiro com descarga hidráulica, não tinha a menor idéia como aquilo funcionava.

Era nascido em fazenda, na hora do aperto era correr para o mato, só abaixar as calças e pronto. Sebastião teria que enfrentar o medo da cidade e descobrir o que tinha de moderno naquele lugar. Ele convidou o amigo para entrar junto, este por sua vez, disse:
_ Isto não vai pegar bem! Vai você que está apertado que eu fico aguardando sentado naquele banco. Por favor, não demore. Temos que comprar as nossas passagens.

Sebastião não tinha como escapar, devia entrar e fazer o que tinha que ser feito ou por pior que fosse a situação, corresse para trás de uma árvore, mas era a única coisa que não estava disposto a fazer. Um jeito atrapalhado, roendo as unhas, notou que em cada porta havia um desenho, homem e mulher, notou um senhor sair e não teve mais dúvidas, pensou:
_ Não posso errar, devo tomar cuidado, se entrar no banheiro das mulheres, estou ferrado! É aqui que vou entrar mas antes quero passar um pente no cabelo.

Parou, olhou para os lados, estava sem coragem, seu rosto no espelho lhe dizia: - Vai, é a tua vez!- e no impulso empurrou a porta , entrou rápido, fechou o trinco e disse:
_ Graças a Deus estou salvo. Bom, Espero que ninguém venha me atrapalhar neste bendito lugar.

Para Sebastião estava perfeito, arriou as calças em desespero, mal agachou, a dor abdominal por causa das cólicas e o que estava lhe fazendo mal o organismo fez desabar para fora, espirrando para todos os lados. Ele sentiu alivio daquela encrenca. O cheiro no ambiente era insuportável. Pensando :
_ Olho para o buraco da patente e as fezes não podem ficar exposta daquele jeito. Por que não tem balde com água para este fim?

Aquilo estava o incomodando, olhava para todos os lados e não via nada para resolver o problema. Sebastião percebeu apenas um botão na parede que ativou a curiosidade e pensou:
_ Vou apertar isto só para ver no que vai dar!

Sebastião resolveu pressionar o botão com força e por sua vez liberou uma enxurrada d’água. Levou um tremendo susto, a impressão era ter aberto uma comporta, e o desespero de como iria fechá-la. Pensou na angustia eminente.
_ Se não há uma torneira, tento conter a água com as mãos? Olhe o resultado!!! Molhei a roupa! Os banheiros ficarão alagados, vou sair correndo daqui!!

Sebastião desesperado foi ao encontro do amigo e disse-lhe:
_ Juvêncio, vamos cair fora daqui rápido!! Antes que a praça fique inundada!! Porque fiz uma besteira lá dentro, apertei um botão que não devia, ele ficou jorrando muita água sem cessar!! Acho que neste momento tem gente com água até os joelhos. Vamos despistá-los e mais tarde voltaremos averiguar o estrago que provoquei!

Os dois amigos andaram uns dez minutos e retornaram preocupados com as pessoas que ficaram naquele recinto. Pensaram que iam encontrar tudo alagado e para o espanto e surpresa, encontraram as pessoas entrando e saindo na maior tranqüilidade.
_ Juvêncio, o que será que ouve com aquela aguaceira?? Alguma coisa deve estar errada. O que fiz deve ter uma explicação lógica. Vou tomar coragem e retornar ao banheiro que tinha utilizado.

Retornando ao amigo todo envergonhado desabafa:
_ Deparei com o chão seco!! Não estou acreditando no que me aconteceu. Quis resolver a dúvida e apertarei novamente aquele botão, só assim poderia descobrir o segredo desta praga!! Quase me matou de susto. Enfiei novamente o dedo no maldito e para o meu desespero veio tanta água que tive vontade de sair correndo novamente! Para não pagar mais um mico, eu agüentei firme até o final do aguaceiro. Juvêncio, eu tive muito medo!! Meu coração disparado e por fim a água sumiu. Você não acredita mas o buraco sugou toda a água da descarga para o meu espanto??
Juvêncio ouvindo a história, juntos indo embora, ambos já as gargalhadas comenta:
_ È meu amigo!!... pagou caro pela vergonha de não perguntar sobre como funcionava e veja a conseqüência de uma curiosidade por apertar um botão que nem se sabe a finalidade.
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