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Artigos-->Bunda -- 14/01/2003 - 12:13 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Muito se discute a respeito de ética, moral, padrões de comportamento e limites na educação social humana. O que incomoda é que, apesar de séculos de querelas entre filósofos e pensadores, parece que todos os aforismos são antíctones. E, pela aparente indecisão, a mídia, principalmente a televisão, mimetiza condutas e consciências, no mínimo, questionáveis.



Ora, é senso comum que durante os últimos cem anos a humanidade se transformou mais do que em milênios inteiros. E as mudanças não estagnaram, elas seguem seu curso num ritmo ainda maior, impulsionada principalmente pela revolução tecnológica. Logo, muda-se mais e tudo em menos tempo. O problema é que as alterações, geralmente, escondem um aspecto negativo de efeitos a longo prazo.



A televisão é um dos melhores exemplos dessas adaptações pois, reflete, até certo ponto, o ambiente de sua época. No Brasil, quando surgiu em 1950, era como um programa de rádio filmado. E rádio, toda família ouvia. Não havia horários impróprios para crianças, logo a TV não precisava de censura.



Durante a ditadura, a TV não foi autêntica e não representou, ao menos, parte do que se pensava e se vivia. Mas nos anos oitenta, uma certa liberdade foi crescendo pela abertura do regime e as decorrências tiveram, como tudo na vida, um lado bom e outro nem tanto.



Como criança nos idos de 80, o máximo de abuso que cheguei a assistir eram as garotas do Fantástico em poses insinuantes com caras e bocas e os shorts usados pela Xuxa e suas Paquitas. Os filmes de James Bond eram considerados violentos, não se falavam palavrões em novelas ou traduções. Aliás, a palavra "merda" era considerada um.



As músicas que ouvíamos eram do Balão Mágico, Bambalalão e até do Daniel Azulay. Hoje, menininhas (ainda) rebolam na boca da garrafa e assistem Malhação, onde transar com um namorado qualquer aos 14 anos, é natural. Depois ficam espantados com a idade da multidão de adolescentes grávidas.



Por não estar acostumado a lidar com a liberdade, o Brasil, de fato, a confundiu com libertinagem. O que se vê hoje no tubos de raios catódicos domésticos mais difundidos do país (mais de 90% dos domicílios possuem um), é uma afronta à saúde social.



É científico, pois o átomo da sociedade é o núcleo da família. Se esse núcleo é desvirtuado, o processo iniciado se torna como um câncer, multiplicando a produção de células alteradas.



A situação é caótica porque há tempos, a produção televisionada tem apenas um objetivo: enriquecer a emissora e seus anunciantes. Enquanto isso, preenche as mentes vazias dos nossos jovens e crianças com a cloaca cultural brasileira. Podem perguntar: mas e o povo? Oras, "o povo é só um detalhe", para citar uma ex-ministra.



O fato é que, para se vender um prego, a imagem de mulheres de biquíni se faz necessária. Para manter a audiência de um programa de games, as brincadeiras devem ter mulheres semi-nuas. Programas vespertinos, aqueles cujas audiências são formadas por crianças, adolescentes, se valem diariamente de ensaios sensuais, making-offs de revistas masculinas.



Somando-se, estão as novelas que, sem casais ardentes, traições e confusões familiares (a mãe roubou o namorado da filha em recente suceeso) não dão ibope. E ibope é só o que interessa.



Mesmo assim, a palavra censura ainda causa pânico na mídia. Quando esses produtores de mídia e também jornalistas vão amadurecer? Não adianta ficar de cabelo em pé ao ouvir essa palavra. Censura não é ditadura. Basta a sociedade reunir-se com as emissoras e discutir democraticamente esses assuntos. O que não pode é continuar como está.



Aliás, perdoe-me pelo título do texto. Minhas desculpas também se você esperava encontrar um conteúdo mais "picante" do que o que leu. Mas, apenas utilizei o recurso esbanjado por nossa mídia para atrair público. E se você chegou até aqui, então meu objetivo foi realizado.
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