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Cartas-->Para Milene e todos os Leitores do Usina de Letras -- 08/10/2001 - 14:30 (Ayra on) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Oi Milene, como vai? Espero que bem. É realmente uma pena não ter compreendido o conteúdo daquele "fatídico" trecho de minha missiva destinada a você. Muito disso é minha culpa, pois acabo, muitas vezes, dançando a valsa prolixa. Primeiro, não a chamei de vaidosa. O que lembrei é que muitos de "nós usineiro" (e quando digo nós, incluo todos os que cabem nas condições que apresento, incluo me também se preciso e culpado) temos sido vaidosos não em nossos textos (e o conteúdo, se literário, carrega a intenção do autor, seja ela uma confissão, uma criação fantástica, uma crítica etc), mas para com eles. Muitos colegas, e confesso que em dois ou três textos que tenho apreço acabei por eu mesmo fazer o que critico, entram e saem de seus próprios escritos, seja para ler outra vez, para lembrar uma citação, para envia-los a um amigo, para correção ou simplesmente para se jogar, como um suicida, para o rancking. Não acusei ninguém, tenho me controlado para tanto. Não sei, creio eu que apenas apresentei um problema.
Eu acharia fantástico se a comunidade usineira parasse de olhar um pouco para si e, como você mesmo afirmou seu último escrito, pensasse de forma mais unida. Não em forma de classe, se alto defendendo e, de forma totalmente acrítica, forçando um corporativismo literário. Mas que mal há em ler outros autores. Existem tantos. São tão bons. Adoro Fiuza, Lúcio Jr. (ou Espirito Santo Jr), leio muito Bruno Freitas, Hitler (apesar de seu pseudônimo até hoje me ser bastante ofensivo). Falando em ofensivos, os “classificados” inimigos nº 1 são fantásticos, mesclam irreverência e descontrole escondendo o que sabem só para si. São gênios que simplesmente optaram pelo não. Enquanto uns querem escrever, criar, acrescentar... eles fazem o oposto, criando uma antimatéria literária. O anti-texto, anti-literatura. Eu os admiro, e muito. Todos nós sabemos seus nomes e os conhecemos porque eles são fantásticos e, volta e meia são polêmicas ou simplesmente comentados por outros. Continuando, leio muito do que é escrito aqui, o que me dá autoridade para criticar, entender, não aceitar, propor e contestar o que aqui vejo. Me deixa triste, por exemplo, saber que por muito tempo li e critiquei (sendo criticas elogiosas ou desconstruções de textos) vários autores e esses respondem a mim, sem jamais ter lido um poemeto meu. As vezes ficava puto, outras simplesmente escrevia sobre o assunto. Aí notei que o Usina de Letras é o espelho de realismo fantástico Os Comensais. Não há nada além de nós e, se não há nada além de nós, somente importa o que eu faço. Espero que todo esse lamento não seja destinado a você, amiga Milene, mas se for, peço que reveja sua atitude. Pense se é certo ter ao seu lado tantas pessoas que, de uma forma própria, oferecem partículas de suas vidas (e em alguns casos a vida inteira) a espera de um retorno (aí entra uma vaidade bem-vinda) que nunca vêm. O que acontece depois é a evasão. Tristes sentimentos de derrota (numa guerra contra a cultura) fazem alguns simplesmente desertarem e outros tantos debandam temerosos. Essa carta não é só para ti Milene, essa carta é para nós da Usina de letras que, em momentos tão febris de um contexto mundial caótico, acabamos reproduzindo a vida em nossa arte.

Um abraço a você e aos outros 15 que iram ler esta carta,
A-yra-on
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