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Contos-->Imensidão do mar -- 03/04/2010 - 13:43 (Fabrício Sousa Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Imensidão do mar


Por Fabrício Sousa Costa

A visão do universo verde. A relva realçava a paisagem. O tempo nunca mais passaria. Talvez eu, como passageiro. Entretanto, naquele momento, nada poderia passar. Teimosamente tudo passava ao meu redor. Poderia visualizar, naquele reflexo, uma fazenda. Paraíso para mim. Todavia, tudo corria para o Para Isis. Não mais lutaria contra a corrente romântica. Embora não fosse romântico. Tampouco admirava as construções artísticas daquele movimento. Mesmo lutador, não lutei. “Não lutei contra o visgo que me prendeu dentro do seu olhar”, como diria Flávio Venturini. É verdade que não afetou as faculdades, mas prendeu. “Que porra de prisão é essa?”, pergunta-se, confuso. Porém, o coração não pergunta nada. Não suportava a incomunicabilidade. Regiões tão vitais para a plena harmonia do ser. Nada. Não via nada além da imensidão do mar. A imagem o lembrou das praias de Cuba. “Meu Deus, mire a grandiosidade”. “Quê!”, surpreendeu-se. A vida apresentou caminhos tortos. Saber qual o correto, difícil. Teria de escolher um dos caminhos apresentados. “Qual?” Quiçá o mar fosse o mais apropriado, de sedutor. O mar. Parecia que estava há horas olhando fixamente. Introspecção absoluta. “Quê?”... estou falando contigo, Camilo. “Desculpe-me”. Por que estavas tão pensativo com o olhar fixo em meus olhos?” “Não, não estava... Não entendi... Lembrei outra coisa”. “O quê? Podes falar-me?” “Tenho de ir. Outro dia nos falamos”. Não poderia nadar contra a correnteza. Quantos tubarões o sitiavam. Não conhecia intensamente o perigo.

A imagem do mar. Fixada na mente. Papel de parede. Pano de fundo, seria o confronto do futuro. Nada de futuro. Queria viver apenas o presente. Se se comportasse racionalmente bem no presente, talvez pudesse gozar de um futuro positivo. Não quero investir o tempo. Não na imensidão do mar! Ser prudente é evitar acidentes. A dona do mar não ofende. A responsabilidade não pode ser desviada. O problema é como se ver o mar. Mar é mar. Não aquele! É vida e morte, de João Camilo de Melo Neto. De Zé. Queria fazer confete desse carnaval. Tudo dependeria de que fantasia. Utilizar-me-ei da menos democrática. Apenas há espaço para minha ditadura. Nada de vassalagem amorosa. Desejo a suserania das ações. Como lutar contra Poseidon? Ulisses, outrora, foi seu refém por mais de uma década. Tanto tempo distante da vida, Ítaca. A subordinação. Às vezes, atingia-o a idéia. Submetido a Poseidon. Sentir o perfume encantador de Poseidon. A pele alva dele. Suas ondas esverdeadas abraçando sua vida. Voltara à consciência. Dualidade. Estava dividido. A metade esquerda era intrinsecamente subversiva. A direita, conservadora. “Manter o controle ou entregá-lo à sorte...” Deitou sobre a relva verde de seus sonhos. Despertou a confusão no Para Isis.

Camilo despertou para a arte. Voltou sentindo a literatura no sangue. Talvez seja uma forma de fuga. Entretanto, sabia apenas que precisava escrever. Nunca. Achava antes. Não era dotado desse dom. A vontade foi mais convincente que a falsa idéia. Foi convencido pelas circunstâncias que o modificaram. Queria um adjunto adverbial de instrumento. “Dois”. Ajudar-me-iam bastante dois instrumentos. A vida montou o cenário. O contexto de que necessitaria. Um céu poético, águas bailantes e escuridão. Tudo escuro. A impotência diante da claridade. Inspiração natural. Teria por meio da ação. Dois adjuntos e a ação. O contexto era sentido na veia. A dilatação. Das idéias da alma. Liberdade sem restrição. Escreveu, com o sangue da alma, estas palavras:

O olhar do mar

De repente, o olhar
Com o mar
Se faziam um e se completavam

Verde cor do sonho
Úmido, como a introspecção
Faltava somente o brilho do luar

As estrelas abrilhantavam
O fulgor da clara luz
Que hipnotizavam as águas da vida

Causava-lhe um sentimento esquisito
Uma cumplicidade apática
E um ardor em suas ondas

Verde são as cores
Daquele introspectivo olhar
Do mar embriagado em seu céu.


O ponto final. Foi apenas o começo. Da expressão, saiam vozes mudas. Mas não mudaram a situação. Trouxeram o caminho da paz. Pacificamente foi aprendendo o convívio. Com a angústia. Não poderia jamais andar tanto tempo com ela. Não! Foi seu grito de basta. Buscou para si o domínio suserano da razão. Vassalo. Agora apenas o coração. Dona de outro feudo era o mar. Estamentalmente. Os dois no mesmo nível. Relações estabelecidas por meio de trocas. Está na história. Economia do amor. “Todos queremos ganhar”. Os fatos contribuíam para uma boa relação. Embora fosse fundamental se despir do medo. Os dois feudos. Precisavam acertar os detalhes. Teria, pois, de navegar no imenso mar verde. “E os tubarões e as ondas poseidônicas?”, perguntou Camilo, receoso. As intenções verdadeiras. Transformaram o mar. Tudo contribui a fim de acolher, em seu seio, os que buscam um bom convívio com o sentimento, terminou o contista. Contudo, o ponto final foi apenas o começo do universo verde.

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