Alma sem vida
vistiu-se de negrume,
da face escura da dor,
da névoa sombria, cortante
da morte, da falta de amor.
de sorriso ausente no rosto,
dos olhos opacos, sem vida,
no corpo a dor dos doentes
a alma de chagas ferida.
Vestiu-se também do silêncio,
da falta de melodia,
de ausência de sons, improviso,
faltou-lhe de vez a alegria.
E eis o que sobra! Um nada!
do amor que um dia viveu,
de tudo que existia no peito
deixou partir, e morreu.
Valentina Fraga |