O POETA E O MONSTRO
Meu reflexo num espelho
com cara de tacho,
com cara de eu acho?!...
Com cara de ovo,
com cara de povo.
Brilha a incerteza declarada,
brilha um brilho
de um coração brilhando lata.
Brilham bilhões de humanos.
Todos poetas, bilhões.
Todos monstros, bilhões.
Invoco o poeta para assumir o verso
e o monstro se aflora para tritura-lo,
sangrar sobre a carne do planeta
e daí colher
filhos e
frutos.
Mario Aléxis
24/08/1981
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