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Cronicas-->XENA, A PRINCESA GUERREIRA -- 20/08/2006 - 00:47 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


XENA, A PRINCESA GUERREIRA
Crónica
João Ferreira
20 de agosto de 2006

Seu nome era Xena, o nome da princesa guerreira de um seriado norte-americano gravado na Nova Zelàndia. Em sua metamorfose espacial tornou-se o décimo planeta do sistema solar no ano de 2003. Maior do que Plutão. Muito discutida entre os astrónomos. Mas na terra dos mortais, era mais lembrada como princesa guerreira.
Ele se encantou quando a saga da heroína chegou a seus ouvidos. Memórias virtuais lhe foram relatadas e o sensibilizaram. Então mandou construir uma nave de exploração e decidiu viajar só para a conhecer. Partiu dois anos depois de Xena ser divulgada na TV como princesa guerreira. Levou na sua bagagem seu macaco de estimação. Um sancho fula, observador e segurança. Cercou-se de todos os cuidados como se fosse numa viagem espacial em nave da Nasa. Pelo lado do macaco, tudo estava tranquilo. Era fiel. Ouvia e via mas não falava. Não agredia. Garantia. De sua parte, era só atenção, observação e ansiedade. Depois das peripécias costumeiras, e de muitas horas de navegação, a nave conseguiu aterrissar no território de Xena. Ele ficou abismado com o sucesso da empreitada. Tinha isso como uma descoberta. Desembarcado, perscrutou os meandros do novo asteróide. Aparecia-lhe como uma pérola desconhecida. Frente a ela sentiu uma emoção rara. O espanto. Depois da surpresa inicial, buscou se acercar. Controlou cautelosamente suas ações. Era uma área cósmica nova. Era necessário mostrar-se contido. Sabia dos cuidados necessários para garantir o acesso ao desconhecido. Restava-lhe enviar uma mensagem para o território. Estava ali em busca de uma resposta.
Diante do silêncio, conseguiu recuperar a razão prática. Era evidente que Xena não significava mais do que uma pequena partícula do imenso cosmos. Era assim que convinha interpretar. Passou a admitir que a lógica imanente não lhe deixava outra alternativa senão a de considerar a pérola encontrada apenas como um mineral. Como um mineral em estado primário. Inanimado. Xena não seria mais do que isso. Levado por esse pensamento, achou que assim se adaptaria melhor à compreensão da estrutura do mundo que inquiria nesta viagem espacial. Havia só brilho no novo espaço. Sem qualquer romantismo, Xena passaria a ser considerada um espaço vazio e longínquo. Tão longínquo que a astronomia o coloca a uma distància 97 vezes maior do que aquela que separa a terra do sol. O navegador registrou sua emoção. E esfriou. Xena era, no momento, inatingível. Definitivamente, essa seria a sua observação básica para relatar ao Centro Espacial no seu retorno à terra.Dentro dele, a imagem de Xena não se apagaria. Mas na ponta do último neurónio, piscava uma conexão que o convidava a retornar à nave, cumprida a missão. Reentrou na atmosfera, lá onde se criam as condições de vida de todos os humanos. Reavivou suas emoções, entrou no espaço da órbita terrestre onde o azul dos céus contrastava com a dureza da terra, lá em baixo.
Silencioso, pegou o macaquinho sancho fula nos braços e avançou para o Centro tecnológico interessado nos resultados da exploração espacial. Para quem acompanhou seu esforço, o admirador de Xena se tornou um herói. Para ele mesmo, não seria mais do que um fiel descobridor de espaços. Espaços indefinidos onde sobrevivem imagens longínquas como as de Xena, deusa guerreira da sua imaginação. Descobrira que a pérola dos espaços que o seduzira, mais do que uma realidade do mundo, era um brilho estranho com uma existência que nunca viria habitar a terra em que seus pés se moviam.

Jan Muá
20 de agosto de 2006
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