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Contos-->A TROCA. -- 19/04/2010 - 15:53 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A TROCA.
Ana Zélia

Ei! Você que passa, por favor, me ouça. Tenho algo a lhe contar.

Um, conto de fada que virou nada. É a história de uma pessoa que no mundo enfrentou Deus e o Diabo e ao final nada ganhou.
Vindo da lama tentou galgar os degraus da fama.
Houve um instante que sonhou ser gente. Acordou era um duende.

Viu “Bela Adormecida” que tal qual ela aguarda o beijo do príncipe que nunca chega. Perdeu-se na caminhada ou caiu do cavalo.
Perdeu a fé, as forças, não crer em nada. Um barco afundando na vaidade pessoal, no orgulho, destemor.

Diante do espelho refletido sua imagem se sente bela, diante da vida, um nada.
Rogou aos céus, a Deus, aos Santos, de Bárbara a Conceição, de Benedito a Sebastião. Prometeu, fez promessas que não cumprirá, o milagre que aguarda não acontecerá. É um pobre coitado.
Hoje são poucas as pessoas que ainda acreditam em milagres. Vai tentar a última chance, não crer em sorte, não joga em loto.
Seus méritos são sem valor. Mas tem algo precioso que pode perder a qualquer instante. Um cargo que conquistou por concurso público.
É destemida, “competente”. De tanto perder, o troca por outro qualquer. Sabe advogar, tenta soletrar, não sabe falar, é desonra pedir.
Eis seu erro. O troca por qualquer um que lhe der condições de vida, sem se tornar pedinte ou pior ainda, mendiga.

Se você acredita no futuro, se ainda crer nos homens, troque seu cargo comigo. Eu já não creio. É uma forma de comércio, apesar de ser péssima negociante.

Se não conseguir comercializar o seu cargo se tornará VAGALUME, que brilha na noite escura, sem ter pilhas, sem esquentar a cabeça.
Ou será um PÁLITO DE FÓSFORO, que uma só vez esquenta o pavio e fim.
Pensou ser artista, estrela. Se tem estrela é sem brilho, opaca no céu da vida. Cantora, escritora, poetisa. Sonhou apenas.
Sua voz emudeceu como as cigarras em final de verão. Seus escritos engavetados perdem a razão.
Já não crer em príncipes encantados. Crer em si mesma. É seu único mérito e também seu último trunfo. É XEQUE-MATE.
Você que passa e crer em algo maior que eu ou ela, troque seu cargo no meu, no dela.

Manaus, 16h. (19.10.1989)
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