O POETA
Canta o poeta as vilezas deste mundo,
Sem saber que é um oásis no deserto,
Enxerga longe e não vê o que está perto,
Afoga-se n’águas rasas, nunca em rio fundo.
Vive a sonhar no mundo da Lua, decerto,
E, esquecendo-se de si num sono profundo,
Acorda num leito sorrindo e moribundo
Com o coração na mão e o seu peito aberto.
Na ânsia de abraçar o belo e o reter,
Vê, às vezes, a felicidade perdida,
Morrendo aos poucos até um dia perecer.
Por fim deixa toda a alegria duma vida,
Que cantou e chorou para sobreviver,
Só pra gozar o prazer da guerra vencida.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
bnegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS E RESERVADOS
|