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Artigos-->O prazer estético de possuir um gato -- 01/05/2001 - 18:13 (Claudia Sanzone) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dos animais domésticos, os cães são maioria. Disso, quem não tem certeza, já deve ter desconfiado. O gato vem em segundo lugar, mas não deixa de contar com seus admiradores fervorosos e proprietários dedicados. Há quem deteste felinos. Existe um outro grupo que não chega a odiá-los, mas também não os maltrata. "Não sou muito chegado, mas não judio dos gatos", eles mesmos dizem. Seja lá como for, há um quase consenso de que o danado do bichano é lindo.



Segundo dados que colhi em navegações pela Internet, o Felis catus (gato doméstico) começou a ser criado no Egito Antigo há uns 5 mil anos. Utilizados inicialmente para caçar os ratos nas populações ribeirinhas do Rio Nilo, o gato foi de útil a sagrado por lá. Os antigos egípcios associavam os felinos a deuses, especialmente à Deusa da Lua (Pasht) e à Deusa do Sol (Bast). Quando morriam, esses animais eram mumificados e encarcerados em sarcófagos quase sempre suntuosos. Seus donos, em sinal de luto, raspavam as sobrancelhas (deviam ficar uma "gracinha"!). Na ocasião, os bichanos eram tão adorados que sua exportação era proibida. Mas os Fenícios e, posteriormente, as sucessivas invasões romanas trataram de pulverizar o gato pela Ásia e Europa.



Até a Idade Média, a fama dos gatos ia muito bem. Leis foram promulgadas em defesa deles e quem os maltratasse recebia severa punição. A popularidade cresceu ainda mais no século XI - quando os felinos passaram a ser uma arma poderosa contra os ratos transmissores da Peste Bubônica.



Porém, lá pelo fim da Idade Média, a situação inverteu-se. Um ritual de adoração a uma deusa pagã (Freya) envolvendo gatos (negros principalmente) levou à cruel decadência da espécie. Perdendo o posto de deuses sagrados, eles agora eram considerados seres demoníacos associados a feitiçarias. Foram perseguidos, queimados na fogueira e praticamente dizimados. Portanto, vêm desta época algumas superstições que conhecemos até hoje.



Os tempos mudaram, a população felina voltou a crescer e reconquistou o prestígio. Nos Estados Unidos, e em quase todos os países da europa, os gatos estão superando em número a população de cães. Hoje, bem-alimentados, levam uma vida tranqüilíssima e, quando se dão ao trabalho de caçar, fazem da presa um brinquedo. Aqui no Brasil, o costume lamentável de matar os filhotes ou "jogá-los fora" é muito freqüente. Quando posso, procuro acolher alguns gatinhos abandonados aqui na clínica na tentativa de arranjar-lhes um dono. Nem sempre é fácil. Mesmo com a propaganda criativa (fixada na porta) que eu mesma faço para doá-los, raramente consigo êxito. Numa ocasião, elaborei um pequeno cartaz dizendo que os gatos eram adorados no Antigo Egito e que representavam verdadeiros tesouros. Finalizei com o apelo "leve essa relíquia para sua casa". Ninguém queria adotar os gatos porque desconheciam essa tal raça "relíquia". Só rindo, pelamordedeus!



A beleza do gato vai além da sua aparência. Senhores do movimento bem calculado e de um sistema nervoso acurado, movimentam-se com precisão e graça. Mudam da soneca descompromissada ao pulo aterrozidado numa fração de segundos. Certo dia, uma cliente queria livrar-se das pulgas do seu gato. Imediatista e prática, resolveu usar um aspirador de pó no pobre coitado. O felino, que tirava um gostoso soninho no sofá da sala (eles dormem até 16 horas por dia, acreditem!), sentiu de repente o abuso daquele tubo barulhento e sugador sendo enfiado pelagem adentro. A reação instantânea e amedrontada do bicho foi inevitável. Resultado: as cortinas da sala de visitas adquiriram longas franjas desfiadas.



A variedade de cores, a graciosa expressão corporal e os olhos desproporcionalmente grandes e belos são verdadeiros colíros para o deleite visual dos "gateiros". Carlos Drummond de Andrade classificou o gato como "guardião e símbolo da vida intelectual". Para Arthur da Távola "O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem." Outros escritores e poetas famosos como Manoel Bandeira, Pablo Neruda e Cecília Meireles também dedicaram um pouco do seu dom literário à beleza dos felinos.



Para apreciar a formosura dos gatos na sua totalidade, bem como desfrutar outros encantos proporcionados pela sua companhia, há que tê-los em casa. Em verdade, eles não defenderão a propriedade onde residem nem sinalizarão quando houver um estranho à porta. Não existe uma utilidade prática quando se cria um gato. Possuí-lo é um prazer meramente estético... E vale a pena!

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