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Contos-->O "cínico" -- 08/07/2010 - 20:05 (WALTER MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O "CÍNICO"
Walter Medeiros
Vez por outra Mendes passava a noite na rua, de bar em bar, como costuma ocorrer com alcoólatras em estágio de dependência da bebida. Naquela noite ele saiu direto do trabalho para a bebedeira. O carro estava na oficina, sendo recuperado de uma forte batida que destruíra a frente em um poste, resultado de bebedeira anterior.
Havia bares com música ao vivo. Ele gostava de ouvir Lis Nôga e mais tarde findava em meio àquele sonzão da Casa da Música Popular Brasileira ou até mesmo no Jangadeiro, Iara Bar ou nas barracas da praia. Bebia e comia de tudo: de churrasquinho de calçada a camarão ao alho e óleo. Tudo isso, fizesse o tempo que fizesse.
Quando dava na telha, seguia para bem longe, indo parar em Pirangi, onde nasciam os primeiros bares e restaurantes que mais tarde comporiam a estrutura atrativa dos turistas e veranistas. Havia pouco tempo uma amiga inaugurara um restaurante com tira-gostos excelentes, à beira-mar.
Noutras noites, ficava mesmo pela Ribeira, pelos bares onde viviam as prostitutas mais azaradas. Ouvia músicas nas radiolas de ficha: de Roberto Carlos a Altermar Dutra, Roberto Muller a Waldick Soriano. Assistia as cenas mais inusitadas e tristes, entre bêbados e polícia, mendigos e donos de bar.
Pois naquela noite tinha ido parar na praia e assistira ao nascimento do sol, enquanto pescadores jogavam e puxavam o arrastão. Quase não se agüentava em pé. Cairia se alguém sugerisse que fizesse um “4”. E seguia vagarosamente no rumo de casa, pela Avenida Hermes da Fonseca.
Parado num sinal enquanto aguardava o momento de atravessar a rua, eis que à sua frente está o seu primo Edílson, arrumado para o início do expediente. O primo avança o carro, aproximando-o do meio-fio e ambos se cumprimentam com a maior alegria. Ao saber que Mendes ia para casa, Edílson se dispôs a deixa-lo. E seguiram, colocando a conversa em dia. Ao chegar, lá estava Júlia, que não dormira, esperando qualquer notícia do marido. Edílson se antecipou.
- Olá, Julinha! encontrei Mendes ali e vim deixá-lo, tudo bem?
- Você é muito cínico! Passa a noite com o meu marido e agora vem com essa conversa fiada...
- Mas é verdade, eu estou indo trabalhar e encontrei ele vindo para casa...
Desconfiado, Edílson achou melhor ir embora. Ta bem, já vou, até logo.
Depois que ele saiu, Júlia refletiu e imediatamente ficou com remorso, pois
sentiu que Edílson estava muito limpo e arrumado, para ter passado a noite na farra. Ao contrário do marido, que entrou feito um trapo e foi logo procurar mais bebida.
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