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Artigos-->Que pense quem pensa -- 19/01/2003 - 13:43 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Começo o texto apresentando o poema, ainda que fora da forma usual, do fantástico e incompreendido Augusto dos Anjos, que sob o título de ÚLTIMO CREDO, assim escreveu: "Como ama o homem adúltero o adultério E o ébrio a garrafa tóxica de rum, Amo o coveiro - este ladrão comum Que arrasta a gente para o cemitério! É o transcendentalíssimo mistério! É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum, É a morte, é esse danado número Um Que matou Cristo e que matou Tibério! Creio, como o filósofo mais crente, Na generalidade decrescente Com que a substância cósmica evolui ...Creio, perante a evolução imensa, Que o homem universal de amanhã vença O homem particular que eu ontem fui!"

Claro, ao leitor deixo o trabalho de organizar o texto do poeta, que propositadamente está em pequena balbúrdia. Mas faz parte do jogo da vida analisar, montar quebra-cabeças e pensar de vez em quando, quando as vontades loucas da sociedade permitem ao vivente desconectar o corpo da engenhosa máquina de movimentar capitais e vontades numa arritmia louca chamada vida.

Augusto dos Anjos, sem conhecer a vontade louca de uma sociedade capitalista mais bem elaborada, sem internet e cartões de crédito, levantava a questão da brevidade da importância humana e suas variações existenciais.

Fosse por que fosse estava lá, no século 19, a elocubrar raciocínios pouco compreendidos pelos seus pares, tentando poetizar de forma científica algumas coisas bastante interessantes, um pouco surpreendentes para uma sociedade inculta como a brasileira daqueles tempos. Incompreendido antes, durante e depois de publicar seus versos. A sociedade consumista não pode parar pensar na brevidade da vida, dos conceitos existenciais que norteiam nossos dias, emoções e suspiros.

E o pensar, este saudável exercício que pode engrandecer os homens humanos, é relegado a plano segundo para evitar remorsos, medos e reconhecimentos.

Augusto dos Anjos invoca a brevidade da vida, como havia invocado o filósofo Sêneca, e isto incomoda um pouco, embora também anestesie as existências nauseabundas. Então que pense quem pensa, e o dia de hoje poderá ser melhor.
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