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Artigos-->O GENERAL DO POVO -- 19/01/2003 - 17:15 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O GENERAL DO POVO

(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO).





Com o título acima passou para a história da liberdade, o general JOSÉ IGNÁCIO DE ABREU E LIMA. Nascido em Pernambuco a 6 de abril de 1794, era filho do padre José Ignácio Ribeiro de Abreu Lima (Padre Roma). Após seus estudos preparatórios em Olinda, foi para o Rio de Janeiro onde cursou a Academia Real Militar, em 1816, saindo com a patente de capitão de artilharia, quando tinha apenas vinte anos de idade. Em virtude de seu caráter enérgico, altivo e independente foi preso em Pernambuco e enviado à Bahia, por ordem do Conde dos Arcos, em fevereiro de 1817.



Ali estava quando estourou a revolução pernambucana de 6 de março, de que seu pai era o segundo chefe. Enviado a Bahia como representante do governo provisório de Pernambuco, o padre Roma foi preso e condenado à morte. No dia 28 de março de 1817 o referido padre foi fuzilado no Campo de Sant’Ana, em Salvador, na presença de seu filho.



Livre da prisão, na Bahia, Abreu e Lima embarcou para os Estados Unidos. Naquele país entrou em contato com Bíblia, aprendendo a amá-la e defendê-la. Meses depois viajou para a Venezuela, onde manteve contato com Bolívar. Tornou-se patriarca da liberdade americana, na luta que as possessões espanholas da América do Sul enfrentaram contra o jugo da metrópole. Recebeu a patente de general, além de condecorações e outros títulos, sobretudo na Venezuela e Colômbia.



Após a morte de Bolívar, em 1830, Abreu e Lima deixou a Colômbia, indo aos Estados Unidos, Portugal e Paris. Em 1832 retornou ao Brasil, embora com os direitos de cidadão brasileiro perdidos, por haver recebido honrarias estrangeiras, sem consentimento de seu país. Conforme, porém, decisão da Assembléia Geral em 23 de outubro de 1832 foi reintegrado nos mesmos direitos.



Sobre esta fase da vida do general, disse Francisco Costa: “Depois de haver ilustrado o seu nome na côrte do império, e de firmar uma reputação honrosa e invejável partiu para Pernambuco, e aqui aportou em 1844, depois de 27 annos de ausência”. (Francisco Augusto Pereira Costa, Diccionário Biográphico de Pernambucanos Celebres. Recife: Typografia Universal, 1882, p. 559).



Durante quase cinco anos, Abreu e Lima se dedicou à política, escreveu artigos e dirigiu jornais. A partir de 1849, contudo, absteve-se completamente dos negócios políticos do Brasil, dedicando-se exclusivamente aos trabalhos literários e científicos, cujas produções são soberbos monumentos de inteligência.



De sua posição e influência, aproveitou-se o general para realizar excelente trabalho de colportagem. O título de Libertador da Nova Granada, o de membro da Ordem Militar dos Libertadores da Venezuela, as missões diplomáticas junto ao governo dos Estados Unidos, o cargo de Secretário Geral no governo de Angustura, tais foram os louros colhidos por esse ilustre brasileiro e de que lançou mão para propagar a verdade, como ele mesmo declarou: “Há muito que pensamos em dar uma educação cristã à infância, principalmente a do sexo feminino; visto que a educação que recebe agora, he puramente pagã e idólatra em que desaparece inteiramente a idéia de Deos, substituida pelo culto material das imagens.”



Mais adiante informou o general: “Com este intuito começamos a distribuir, entre as famílias de nossa íntima amisade, alguns exemplares do Novo Testamento impresso em Londres.”(Christão Velho, As Bíblias Falsificadas ou Duas Respostas ao Sr, Conego Joaquim Pinto de Campos. Recife: Typ. Commercial de G. H. de Mira, 1867,p. 3.)



Abreu e Lima não somente distribuiu Bíblias, mas foi também defensor dos protestantes, quando disse: “O sr. Padre Campos he inexorável com os protestantes; falla sempre delles com esse odio concentrado, que lhe fica tão mal... Se Deos não he só dos Judeos, mas também dos gentios, com que direito excluis vós os protestantes da presença de Deos? Quem vos deu essa potestade?” (Ibid, p. 311.)



Eis, pois, o que foi o ilustre brasileiro, general José Ignácio de Abreu e Lima, como patriota, como soldado, como homem de letras e como homem do povo. Com esta riqueza de espírito e sentimento de liberdade permaneceu até os últimos instantes de sua vida, ao falecer em 08.03.1869, quando lhe foi negada, por ato episcopal do Bispo Cardoso Ayres, sepultura no Cemitério Público de Santo Amaro, no Recife, tendo sido sepultado no Cemitério Inglês.





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MÁRIO RIBEIRO MARTINS

Procurador de Justiça, Escritor. E-Mail: mariorm@terra.com.br

mariormartins@hotmail.com Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970. Fone.(063)2154496

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