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Contos-->O carneiro -- 25/07/2010 - 16:44 (WALTER MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CARNEIRO
--- Walter Medeiros
Batista era um soldado ingênuo e engraçado. Tão ingênuo que no primeiro dia de quartel, depois do toque de silêncio, vestiu um pijama completo e ajoelhou-se ao lado da cama com as mãos postas, para rezar. Não que os demais soldados deixassem de ter suas crenças e respeitar as religiões, mas a cena ficou engraçada, vez que ele era o único com aquele traje e aqueles gestos. Ele mesmo percebeu que ficava estranho e nunca mais fez aquilo. Orava em silêncio e discretamente.
O ano corria e aos poucos os superiores identificavam as habilidades de cada um, mesmo em meio a brincadeiras que às vezes faziam. Certa manhã, o Sargento Reinaldo perguntou quem sabia “bater máquina”. Metade da bateria levantou a mão, para ouvir em seguida a ordem de pegarem vassouras, enxadas, ancinhos e estrovengas, a fim de limparem o mato.
Originário do interior, Batista cuidava bem dos animais na pequena granja do quartel. Tinha tanto jeito que o sargento Cristiano chamou-o para trabalhar no local e ele foi designado para prestar serviços ali. Diariamente lá estava Batista tangendo porcos e carneiros pelos cercados, com a maior satisfação do mundo.
Certo dia desapareceu um carneiro de estimação do sargento. Batista ficou preocupado, os colegas começaram a fazer gracejos, dizendo que ele havia comido o animal. Todas as providências foram tomadas para esclarecer o fato, mas até aquela manhã, nenhuma notícia do paradeiro do carneiro.
Os soldados haviam feito educação física com seleção de atletas para as competições. Era um grupo muito unido e em seguida foram mandados para o banho coletivo. O banheiro tinha um chuveiro para cada um dos sessenta recrutas. Lá estava o grupo tomando banho, enquanto os retardatários iam chegando. Até que chegou Batista.
O banho era controlado, para que ninguém chegasse atrasado para o café da manhã. Quem faltava ao rancho era punido com pernoite no quartel ou outra restrição disciplinar. A supervisão do banho era feita pelo oficial de dia, que determinava o tempo para cada grupo de sessenta soldados. Naquela hora, quando Batista entrou, todos lembraram do problema que ele estava enfrentado e resolveram fazer uma gracinha. Não sabiam que o oficial de dia estava à porta e gritaram alto e bom som, num coro ensurdecedor:
- Béééééééééééééééééééééééééééééé!
Nada demais, se o oficial de dia não fosse o tenente Carneiro, que mandou todos fazerem esforço na areia por mais um tempo e tomarem banho por último.
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