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Poesias-->NADA A DECLARAR -- 11/11/2012 - 18:57 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NADA A DECLARAR



É de manhã

Acabei de me levantar

Cedo demais

Dormi como uma pedra

Não tenho mais sono

Então me levanto

Abro uma latinha de cerveja

E me lembro de você

Você que me esnobou ontem à noite.



De ciúmes tomei um porre

Você olhava tanto para aquele lado

E eu achava que aquele cara era veado

Mas você não se tocava

Bebia seu drink e divagava

Com um papo que não tinha sentido

E para mim nem ligava

Por isso enchi a cara

E o tempo passou, pois passava.



Quando eu já estava bêbado

Você veio com uma conversinha:

- Ai querido, eu te amo tanto

Deu um sorriso e sua boca pareceu-me

Uma flor desabrochada

Olhou-me nos olhos

E baixou os olhos...

Eu por minha vez repeti:

- Eu te amo tanto mais que você

Que não sabe o quanto te amo.



O que se passou depois

Eu muito pouco me lembro

Recordo-me que estivemos numa cama

Que era um tapete de grama

E o céu salpicado de estrelas

Estava sobre nós nos cobrindo

Daquela vergonha de nossos corpos nus

Na alameda ao lado de um bosque

Esconderijo de Urubus.



O achego entre nós dois

Sei que foi muito bom demais

Pois logo ao chegar em casa

Eu fui direto pra cama com você

Eu queria fazer de tudo

E não pude fazer nada

Nem me pergunte por quê

Não vi quando você foi embora.



De repente eu me vi sozinho

E senti o peso da solidão

Fui à geladeira e tirei uma garrafa de vinho

E bebi aquele vinho bom

Que por tanto tempo guardei

Para um encontro especial com você

E eis que acordo de manhã

E encontro a garrafa vazia

Um vazio é o que sinto

Mas bebo e a saudade morre.



Sem me lembrar de mais nada

A não ser que acordei

Após uma noite de porre

Só me lembrei de você

Que à noite esteve comigo

E agora não está mais aqui

Resta-me lembrar de ontem

Do nosso amor aturdido

E daquele veado fodido

Que estragou nossa noite.



É por isso que agora de manhã

Volto a beber por este amor desiludido

Tomo agora uma cerveja

Estou tranquilo

Em minha cabeça nenhum grilo

Mas eis que vejo uma barata

Atravessando a minha cozinha

Fico enfurecido e procuro o chinelo.



Quando volto a barata se foi

E eu penso: “Ainda bem”,

Nunca eu quis matar ninguém

Nem mesmo eu ou você

Vejo o copo e beberico mais um trago

Da cerveja que me parece dizer nada

Sobre aquela que me espera na cama

Nisso toca o telefone, é ela

Que me diz: Alô! Você está bem?



Alô! Você ainda me ama?

Ela está falando comigo

Não escuto o que ela me diz

E o que eu penso eu não digo

Mas no fim eu falo:

- Eu irei até aí?

Ou você vem até aqui?

O que aconteceu depois

É só entre nós dois,

Nada a declarar.



BENEDITO GENEROSO DA COSTA

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