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Artigos-->Auroras boreais -- 20/01/2003 - 00:36 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ah, nada como o tempo para afastar fantasmas, trazer a reflexão, o bom senso, a relação do homem com o homem, o resgate do eu e dos eus. Egos e modas, tudo passa, e aí, a vida se torna colorida, policromática, vívida.

Por que falar assim? Por nada, por nada, mas é que encontrei um folder do Sebrae, de muito bom gosto, que invocou o texto.

O folder, produzido e distribuído no início do ano, tem como estrela principal o cantor Gilberto Gil, autor da sensacional música Domingo no Parque.

O baiano maldito da década de 60, meados de 70, resgatado como garoto propaganda de idéias criativas, capacidade de empreendedor, sucesso.

Ao vê-lo gostei, pois sou admirador da obra de Gil, um dos brasileiros que teve que abandonar a pátria por causa do ranço militarista, da vontade que o Brasil teve durante muitos anos de ser submetido aos caprichos dos norte-americanos.

As autoridades brasileiras, com medo de pensar, expulsavam todos os que pensavam. Queriam e quase conseguiram uma nação de imbecis completos. Conseguimos reagir e a obra ficou pela metade. Somos apenas meio imbecis, como se comprova pelo nível de lazer que nos permitem as classes dominantes.

Mas voltando ao Gil, imortalizado pela sua obra, não consigo deixar de pensar naqueles agentes do SNI, do DOI-CODI, dos serviços secretos que achavam os norte-americanos ótimos e saíam dando pancada nos jovens intelectuais e empreendedores. Batiam nos brasileiros para garantir a supremacia norte-americana. Que genialidade. Que coisa fantástica.

E chamavam o Gil, o Caetano, a Bethania e a Gal de comunistas, inimigos da pátria. Queriam um Brasil quadrado, sem empresas, sem vida, sem cérebro. Que gente mandava no Brasil. Esta gente cantava bobagens e destruía o futuro do país.

Que gente essa. Gente que quebrou a cara um dia, e teve que reconhecer que o Brasil precisava de seu capital intelectual, de suas caras, de seus cérebros, e que no final das contas fez papel de bobos numa corte sem graça.

Vejo com satisfação a sociedade capitalista, empresarial, reconhecendo que precisamos da genialidade do Gilberto Gil, do Caetano, e de tantos quantos possam viver e sonhar alguma coisa melhor. Os empresários reconheceram que um grande país precisa de grandes idéias e ideais. Reconheceram que Gil é uma síntese da brasilidade. Um garoto propaganda do que há de melhor. E os homens que perseguiram o gênio baiano, conseguiram uma aposentadoria qualquer, e comem seu feijãozinho maldito em algum canto do Brasil, pensando no tempo em que perderam por nada. Nada.

Nada como a aurora, que surge sempre, e tem muita luz, muita luz.

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