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Poesias-->TEMPO ALGUM. SE HÁ REALMENTE UM! -- 13/12/2012 - 16:02 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pobre poeta! Tentou escrever, às três da tarde,

como se madrugada fosse.

Olhou ao redor, faltava-lhe tudo:

tristeza, mesa, copo, pessoas falsamente felizes,

o cheiro morno do abandono; faltava Ela.

Pobre poeta! Tentou e procurou algo divino:

uma luz inexplicável, vozes do além, arrepios pelos braços,

sorriso projetado da musa nas lembranças de ontem.

Pobre poeta! Rezou para deuses, fez promessas vãs (tão ao seu estilo),

recitou salmos, mantras e murmúrios indecifráveis; mas nada, nada, nada

nada, nada mais, mais nada, nada.

Decidiu MATAR-SE. Mas como o faria, covarde de nascimento e raça?

Abriu a gaveta, buscou a arma. Sabia que não a encontraria,

pois nunca de arma alguma se aproximou.

Coincidências do destino: nunca teve a arma, mas o sabia;

nunca teve a amada e, isto, desconhecia.

FIM.

Fechou, desiludido, a gaveta ociosa

e partiu.

Não os pulsos ou a carótida, mas o lacre de sua

vaidade. Rasgou as vestes sacerdotais do medo e, nu, declamou

sozinho versos de erótica submissão ao nada.

Lembrou enfim do desiderato final: a MORTE.

Apossou-se da caneta afiada,

escreveu maldita carta sem endereço,

pegou a foto imaginária de ninguém

e nunca mais foi visto,

em tempo algum,

se é que há realmente um

tempo (ou poeta que mereça viver)?!
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