“...e no êxtase da madrugada
dialoguei contigo a cavalgada sorrateira
à beira do enlace total!”
Montei teu cocho de sangue azul
em busca do melhor momento
entre pernas e afãs, nas termas pagãs.
Percebi o quanto me fiz rei,
a nobreza que me representas e,
ausente de culpas – mil desculpas –
presentear-te-ei com meu melhor carinho.
A cada aviso de prazer
havia um apelo de agonia e sensatez,
a tez se fez no clamor da paixão ardente,
sob a presa fácil do derradeiro destino...
Minhas coxas entre as tuas coxas
num vaivém erótico e carnal...
Espiritualmente sentias o desabrochar
de uma nova mulher
e por isso
gemias como uma corsa
numa surra incessante de delírio.
Minha língua buscando teus mistérios
Num hemisfério desvairado e absurdo...
O suor borbulhante,
A voz ofegante
No silêncio inquietante
De uma relação úmida...eterna!
E, quando enfim deitamos o sono dos amantes
Pudemos crer na realidade inebriante
De todo aquele sonho perturbador e novo.
Nua estavas de corpo
Vestida estavas de estrelas
E ao vê-las
Ofuscava-me a retina
O manto alvo e brilhante
Do teu rosto aliviado e teso!
E naquele mágico instante
Pude entender que a eternidade é finita
Quando há coragem de assumir a felicidade!