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Artigos-->Sobreviventes -- 20/01/2003 - 11:17 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Na esquina das ruas Uruguai e Tiradentes, na cidade de Porto Velho, a natureza mostra sua vontade de vencer os homens. É onde estão sobrevivendo alguns peixes, numa pequena valeta. Uma valeta cheia de água imunda, meio podre.

O pouco oxigênio que resta naquele minúsculo acumulado de água abastece a vida dos pequenos seres, que teimosamente surgiram durante o período chuvoso amazônico. Uma bióloga explicou que os peixes surgiram de ovos depositados na lama, que ficaram por longo período armazenados, esperando o momento certo de conhecer o planeta azul. Citou o caso de uma jatuarana, encontrada no Jardim Eldorado, no fundo de um quintal, que surpreendeu os moradores de uma pequena casa onde havia água empoçada.

Os peixes da rua Uruguai estão sofrendo. O morador do local já conseguiu resgatar vários deles e está criando dentro de uma caixa d água. Ele acredita que os seres que conseguem sobreviver naquela água imunda merecem ser salvos. Identificou cinco espécies diferentes.

A água da valeta está secando, pois o verão amazônico se aproxima e os peixes vão morrer. Quantos ainda estão lá e quantos vão sobreviver? Isto não importa. Importa sim o fato que a natureza tem milhões de artifícios para guardar a vida.

Importa também o fato de que os homens transformam o ambiente, muitas vezes inutilizando os recursos que podem ajudar na manutenção desta perigosa espécie primata.

Os peixes resgatados pelo homem da rua Uruguai podem servir de exemplo para futuras gerações. O resgate dos peixes pode ser visto como o resgate do próprio homem, que, vivendo num ambiente cada vez mais poluído, destruindo a camada de ozônio que protege o planeta, as matas, os mares, vai ter que ficar esperando um salvador, disposto a passar uma rede e retirá-lo da podridão.

Os religiosos acreditam que isto vai acontecer a qualquer momento, um arrebatamento.

Os não religiosos acreditam que é uma questão de racionalizar os recursos e salvar o que há de precioso, a biodiversidade. Para tanto assinaram o protocolo de Kioto, Japão, a fim de preservar recursos e poluir menos o ambiente. Menos os representantes dos Estados Unidos da América, os maiores poluidores do planeta.

Serão os latino-americanos os peixes da valeta podre do futuro, ou serão os norte-americanos? Quem sabe se realmente haverá alguém para retirar os homens-peixe da valeta podre? Talvez seja melhor analisar o caso dos peixes da rua Uruguai.
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