Usina de Letras
Usina de Letras
156 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50615)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A DAMA DA RUA DO OURO -- 22/09/2010 - 00:14 (Gabriel Lee) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A DAMA DA RUA DO OURO

De Gabriel Lee

Quando soava o apito do vigia noturno, Odete já estava a postos. Na varanda da casa de paredes ornada de pedras, a meia luz, esperava ansiosa pela aproximação do seu vicio... No intervalo entre uma apitada e outra, seu ouvido treinado identificava a aproximação do vigia noturno pelo barulho da bota no calçamento da rua do ouro, Odete roia as unhas, conferia a mesa farta e respirava acelerado ansiando mais um bote. E assim, Odete traçava esporadicamente todos os vigias do bairro, meses se dava bem, pois a demanda era ótima, meses se dava mal, não gostava de repetir. Entre uma noite e outra de sexo arrebatador, violento. É selvagem mesmo! Odete se apaixonou. À tarde, havia preparado o lanche, ou como poderei dizer sua isca, um bolo de milho, um suco bem gelado e café solúvel bem forte, o que combinava mais com o bolo de milho no qual já era quase doutora.
Viúva fogosa de corpo avantajado e seios fartos, ela esperara sempre o seu grande amor na figura de alguém que viesse a sua porta, poderia ser o carteiro, o gari, o vendedor... , só sei que ela esperava, esperava, esperava... E ele? Nunca vinha! E sofria a Odete. Então, ela resolveu investir na noite, e virou especialista em apitos de vigia, dependendo do sopro, identificava o homem daquela noite, e se era novato, também pelo sopro, sabia tamanho e dimensão do seu dote. Toda noite, era um vestido e uma ligérie diferentes, um dia de bolinha, num outro de florzinha, teve dias ate de ter um de oncinha. A Odete era perigosa. Ultimamente estava conseguindo fisgar no seu anzol lascivo um vigia especial, o Porfírio, talvez o amor que sempre procurou nas suas noites calientes, o homem que em suas mãos se tornava um brinquedo de utilidades infindas, ora servia pra amassar, ora pra chupar, ora pra bater, ora pra ninar, ora pra jogar pelas paredes, ora pra explorar as curvas, ora pra amamentar. Estava se dando bem.
As tardes, a partir daí, eram reservadas as tarefas “lanchivas”, preparatórias às guloseimas que serviria a Porfírio, as noites as tarefas lascivas, pois nenhum vigia havia escapado de suas garras, e agora apaixonada, era o ápice, aquele novato havia conquistado seu enorme coração, já há mais de mês dedicado a um só homem. Quando saia no final de semana pra visitar alguma amiga num bairro diferente, comer algo ou tomar cerveja geladissima, Odete nunca esquecia do seu especial, sempre levava um pacotinho na mão de algum petisco para agradar seu vigia galã, seu amor. O que a intrigava era que sempre nestas noites o procurava na rua silenciosa e ele não estava, nem seu apito soava agudo e tentador. Como? Perguntava-se Odete que aguardava na cadeira de balanço ate ouvir seu especial que sempre aparecia. E numa dessas noites, Odete não teve muita sorte, pois ao entrar na rua do ouro, encontrou o seu vigia preferido saindo de um beco escuro apalpando um jovem gay que morava na rua, enquanto recebia algumas notas de dinheiro. Odete com um cachorro quente, já frio, na mão, que trazia para o seu amado, prumou cabisbaixa pelo calçamento na direção de casa, o salto conduzindo seu corpo pesado não ajudava muito naquela fuga desolada, naquele calçamento cheio de brechas, e Odete caiu, o tombo chamou a atenção de Porfírio, seu vigia predileto causador da fuga desolada que, socando o dinheiro no bolso veio ao seu socorro, e jorrou desculpas daquela boca que Odete adorava beijar. Ele era irresistível! Já nos braços de Porfírio, Odete se fez dengosa, se fez mulher, e no meio da rua do ouro sob a chuva fina que ora começava a cair, Odete descobria o amor que sentia por um homem que provavelmente tinha relações amorosas, com homens ou mulheres, e que sabia ter em casa todos os dias uma família lhe esperando, mulher e filhos. O jeito era se conformar. Quem mandou se apaixonar por um sedutor capaz de atrair os três sexos, heterossexual, homossexual e panssexual, pois já havia comentários que num feriado prolongado, onde o bairro ficou vazio, Porfírio foi visto transando com uma melancia. Como? Como eu não sei, mais pode dar vazão a sua imaginação. E Odete beijou seu amado carinhosamente. Estava feliz.
FIM
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui