Tinha o dom de ser mulher,
Tinha o dom de ser esposa,
Tinha o dom de ser mãe.
Era brilhante, encantadora,
Afetiva e generosa,
Apaixonada pelo marido,
Apaixonada pelos filhos.
De assombrosa versatilidade,
Cuidava da casa,
Cozinhava, lavava,
Passava a ferro,
Costurava, bordava.
Criou quatro filhos
Antes dos vinte e cinco de idade.
Filhos criados, trabalhava fora.
Gênio da arte de viver
E também de conviver,
Tinha o poder ilimitado
De cativar todo mundo.
Lutadora incansável
Pelo bem da família,
Sua celestial existência
Só para os outros servir.
Sinônimo de virtude
Era como um anjo na terra;
E na modéstia do dia-a-dia
Seu favor prestava a todos.
Heroína do lar,
Do marido, dos filhos,
Dos parentes, dos amigos,
De quantos a conheciam.
O tempo, este malvado tirano,
Carregou-a para o céu, com certeza.
Apartada do convívio terreno
Continua viva, contudo,
No coração dos que ficaram.
Quem era ela? Respondo: minha mãe.
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