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Contos-->A VARINHA MÁGICA DAS FORMIGAS -- 04/11/2010 - 02:44 (Ilário Iéteka) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Leopoldo era o caçula de três irmãos, caboclo da roça. Eles pulavam cinco horas da manhã para ajudar o pai nas obrigações. Os irmãos tratavam os porcos, as galinhas, soltavam as ovelhas, preparavam os cavalos para a carroça. Logo em seguida, tomavam café e partiam em direção das lavouras. O pai e os três filhos eram dedicados a todas as tarefas que lhe eram delegadas.
O pai exigente não dava moleza aos filhos porque não aceitava desculpas para qualquer assunto por exemplo, dor de cabeça é desculpa de preguiçoso. Com certeza sua resposta seria:
_ Vamos capinar que a dor sumirá num piscar de olhos.

Leopoldo sofria calado, medo do pai por não acreditar no seu infortúnio, uma dor de cabeça infernal. Caso faltasse ao serviço meus irmãos iram me sacrificar porque iam dizer para papai que era um jeito de gazetear o trabalho. O tempo passava e a dor não ia embora, ele procurou os benzedores do lugar para ver se havia um jeito de curar aquele problema. Ele foi aconselhado a fazer chá de vários tipos de ervas, porém o resultado não era o esperado, a dor continuou a incomodá-lo. Leopoldo foi aconselhado a fazer simpatias, isto também não resolveu, a dor continuava a martelar a cabeça, uma enxaqueca danada.

O pobre menino estava sendo torturado diariamente. O pai percebendo o sofrimento, autorizou Leopoldo a procurar um médico. A esperança da criança era que a queixa que lhe incomodava, indo até um ao consultório poderia contar o sofrimento ao especialista e ser curado de uma vez por todas. O médico fez várias perguntas:
_ A dor é diária?
Leopoldo respondeu:
_ Sim! Escute doutor, já não sei o que fazer, por favor ajude-me!

O menino, meio envergonhado , não quis dar mais detalhes sobre o caso, o médico ao examinar não conseguiu um diagnóstico preciso, disse:
_ É uma gripe que está lhe causando este estado de desconforto, vou receitar uns comprimidos, com certeza ficará bom, a dor desaparecerá em alguns dias.

A alegria voltava, a dor tinha sumido como por encanto, porém no terceiro dia voltou a incomodar o garoto. No final da tarde, a cabeça parecia explodir, em desespero começou a pensar:
_ Deus está me castigando!! Porque eu fazia comentários maldosos de amigos que arrumavam desculpas esfarrapadas para fugir do trabalho. Deus sabe que este não era o meu caso, por que será?

Leopoldo resolveu no domingo ir até o bar, encontrar com os amigos. Para seu desabafo, contou a eles o seu drama. Na bodega estavam várias pessoas, todos prestavam atenção na história, de repente um dos jovens se levantou e disse:
_ Leopoldo, eu conheço um santo remédio para o seu problema. Vai sanar de vez o seu sofrimento. Meu avô sofreu com o mesmo motivo, essa dor por vários anos.
Todos correram em volta do rapaz porque queriam saber do remédio milagroso, que curou o avô e respondeu:
_ Foi um índio velho que ensinou a simpatia e funcionou!
Leopoldo receoso respondeu:
_ Você está brincando com nossa cara?
O moço falou com convicção:
_ Isso não é piada não! Meu avô sarou de verdade.

Leopoldo ficou interessado pela novidade, quis saber como fazer a simpatia, estava entusiasmado. Ele foi perguntando para o jovem o que deveria fazer, e este lhe disse:
_ Você conhece as formigas sara-sara ou sarara?
Respondeu:
_ É claro! No nosso sítio é uma praga.

O jovem contou como deveria proceder:
_ Você pega uma vara de embira, descasca, vai até o formigueiro... preste atenção!...não deixe escapar nenhum detalhe, senão a coisa não funcionará! A receita é enfiar a vara no centro do formigueiro, fique provocando as bichinhas, isso deixará as formigas furiosas. Faça isso várias vezes e depois que a vara estiver encharcada de um certo líquido, é a hora de se preparar para a cura; abra bem as narinas, solte todo o ar dos pulmões. O segredo está no inspirar o odor do veneno para dentro do cérebro! Puxe com toda a sua força. Juro-te que depois deste trabalho você não vai ter mais dor de cabeça, Em um longo tempo, meu avô sarou por completo com esta simples simpatia.

Leopoldo não via a hora de fazer o trabalho, estava com uma fé inabalável, ao sair ele se comprometeu:
_ Domingo estarei aqui para contar a vocês da minha cura. Tchau para todos!
Leopoldo sumiu nas estradas e os colegas ficaram rindo, diziam:
_ Será que este maluco vai executar o plano? Ele não percebe que isso é uma piada do colega? Vamos aguardar por ele, quem sabe essas coisas vem de pai para filho, mas acho que é brincadeira pura, deve ser uma pegadinha do outro rapaz.

Final de semana, no bar, todos aguardavam com enorme curiosidade. Não tardou o rapaz chegou todo sorridente e disse:
_ Seus desgraçados! Vocês deveriam dizer que eu iria ter um impacto violento pelo menos....somente para se ter uma idéia, puxei o ar com tanta força, que desfaleci!! O liquido, o veneno parecia éter. Fiquei muito atordoado, não sabia o que tinha me acontecido. A sensação que tive é que alguém tinha batido em minha cabeça, ainda bem que escapei do formigueiro porque se tivesse tombado para frente seria um desastre; as formigas teriam acabado com a minha cara!

A turma queria saber se a dor de cabeça tinha sumido, uns gritavam para parar com a história. Eles queriam é saber se Leopoldo estava bem, estava curado. Ele respondeu todo orgulhoso:
_ Olha...se foi a simpatia do índio, se foram as formigas, se foi a fé, afirmo que graças a Deus, a dor desapareceu! Sinto-me ótimo graças a varinha mágica das formigas sararas!
As gargalhadas fizeram eco no salão. Ninguém acreditou que Leopoldo fosse acreditar em tal história e cumpri-la a risca. Entrar numa brincadeira sem saber seus efeitos e diziam-lhe:
_ Você é louco! Foi uma brincadeira do colega!
Leopoldo respondeu:
_ O importante é que a dor não voltou a incomodar. Isso me basta e faz a diferença de uma brincadeira para uma realidade. Vamos comemorar, mas por favor sem o veneno das benditas formigas, sararas, ok??
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