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Cordel-->O bandido Excelência -- 02/04/2002 - 19:07 (J osé Ferreira (Zéferro)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O bandido Excelência
Catilinária do Zéferro
28/03/2002


Se Virgulino é bandido
Porque caiu no cangaço
Na história não deixou traço
De massacrar a pobreza
Enquanto lá em Brasília
Há uma grande família
De bandido engravatado
Na Câmara e no Senado
Que mata gente em roldão
Roubando até o tostão
Do Zé povo esfomeado

O Capitão foi jogado
Na caatinga por vingança
Quando viu quase criança
A morte pegar sua gente
Mas os bandidos d’agora
Lá vão pelo mundo afora
Rapando tudo na frente
Sem motivo nem razão
Pois quem nasce pra ladrão
Não sabe viver diferente

O bandido Excelência
Exige trato e respeito
Zomba de todo direito
Sem ter pejo ou consciência
Só rouba por atacado
Quando entra no cercado
Parece estar com demência
E com cada canetada
Mais a gente é arrasada
E diz que é maledicência!

A situação é tão triste
Que não há quase esperança
De acabar a comilança
Que lá no DF existe
É Doutor pra todo lado
De pobre fica abastado
E a Justiça persiste
Na farra da liminar
Pra cabra safado livrar
Rindo, com o queixo em riste.

Nossa terra abençoada
É o maior país do mundo
Mas na mão de vagabundo
Terminou toda grilada
E o pobre lavrador
Sem terra é um sofredor
Pois não pode colher nada
Se plantar perde a semente
Ou por seca ou por enchente
Na roça ao rico alugada

Virgulino atravessou
Xiquexique, unha de gato
Viveu correndo no mato
Fugiu e não descansou
Para fugir da meganha
Que tinha fúria tamanha
E matou, roubou, torturou!
O matuto não sabia
Se ficava ou se fugia
No fim foi quem se estrepou.

Excelência é diferente
Contra ele ninguém pode
Roube milhão ou um bode
Fica zombando da gente
Está tudo arranjado
Excelência e magistrado
Não há mais quem agüente
Trabalhar como escravo
Sentindo da fome o travo
Debaixo do sol ardente

Todo dia ele descobre
Outro jeito de roubar
Na certa de se livrar
Com jeito de gente nobre
Manda dinheiro pra fora
Nosso suor vai embora
O pobre sempre mais pobre
Banqueiro não paga imposto
O pobre só tem desgosto
Por não lhe sobrar um cobre

O pobre paga imposto
Sem saber para que serve
E por mais que se enerve
E engula sem sentir gosto
Não tem saúde no SUS
Só se cura se Jesus
Vier lhe afagar o rosto
O filho não tem escola
Termina pedindo esmola
Faz da esquina encosto

O cangaceiro matava
Pra conseguir o dinheiro
Devido ao fazendeiro
Que a munição lhe dava
O coronel lhe vendia
Toda e qualquer serventia
A ele só importava
Aumentar sua riqueza
Por a fartura na mesa
E o pobre que se danava

Pois foi desse coronel
Que Excelência herdou
O mandato que ganhou
Comemorado em bordel
E o pobre que votou
Só um chinelo ganhou
Pra assinar o papel
E agora, desprezado,
Roto, sujo, esmolambado!
Acabou jogado ao léu

Onde nós vamos parar
Se só temos Excelência
Que é uma excrescência
Da arte de bem roubar
Ou povo despreparado
Por toda parte jogado
Sem lugar pra trabalhar
Vivendo de expediente
Sem teto, pão e carente!
Sem ter pra quem reclamar?

Temos que mudar de vida
Juntar a gente de bem
E procurando quem tem
Coragem pr’entrar na lida
Liquidando os bandidos
Mortos, presos ou feridos
Achar vergonha perdida
Limpar toda essa sujeira
Acabar a bandalheira
SOCIEDADE ENFURECIDA

JF
marques
Zéferro









































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