Minh’alma é triste e desiludida
Pelos sonhos que tive e os não vivi,
A vida que florida se mostrava
No noitejar do tempo que carrego
Mostra apenas flores murchas, sem perfume.
Ah! Que vida de funestas ilusões,
Sonhos enganadores e abortados
Ficando a restar somente
Tão melancólica existência
Carregada de amargura, tristeza e dores.
Esperanças? Não mais as tenho.
Os idos que vivi, não vivo mais;
Das alegrias sobraram só tristezas,
Os encantos do começar da vida
Transformaram-se nos desencantos
Que ombreio hoje.
As purezas do desabrochar da idade
Produziram neste final do ser
Impurezas, descrenças, desilusões.
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