Aquela minha casa está tão triste!
Outrora de luz estava cheia.
Da aurora ao noitejar
Sol e estrelas de clarões a invadiam.
Lá viveu meu doce e belo amor,
Gentil mimo de Flora,
Da primavera a deusa esplendorosa,
Que enchia a casa de flores e perfumes.
Lá se foi aquele deslumbrante tempo.
Sol e estrelas deram lugar a negras nuvens
Que de lembranças e saudades
Enchem meu pobre coração,
Que chora e orvalha lágrimas tristonhas.
Quis aquele amor!
Quero aquele amor!
Embora saiba não ser possível mais.
Quando volto àquela casa
Recordo e relembro aquele presente,
Sempre alegre, juvenil, bonito,
Perfumado que, ao cair da noite
Lá chegava para espargir contentamento.
Minha casa agora está tão triste!
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