Entre macaco e ser humano
sempre há uma pesquisa
pra saber qual é o tutano
com que cada homem pisa.
No ano de dois milhões e vinte,
fazem escavações
num sítio, sem acinte
procuram ligações.
Acham minha ossada
num tal Belo Horizonte,
inda muito conservada,
dada como boa fonte.
Um antropólogo vê contrastantes,
dentes não ajudam a classificar,
pois entre naturais há implantes,
principalmente, caninos e molar.
Mas ele sabe, pelo modo de andar,
que esse fóssil tem muito a dizer
sobre o modo de se alimentar
e, naquele tempo, como sobreviver.
Ele come frutas secas e molhadas,
peixes nobres como o salmão,
carnes muito bem grelhadas
e bebe os melhores vinhos de então.
Naquele tempo há desaposentação,
crimes por causa de pobreza sem igual,
qualquer um mata seu próprio irmão,
vive como besta, ou selvagem animal.
Dão pra ossada escavada nome respeitável,
Australopitecus pipidius belohorizontinus,
o paleontólogo recomenda cuidados, muito amável,
para que aquele achado tenha estudos mais finos.