Como dói esta dor que não se vê,
Ela vem em silêncio e se instala,
Fica a beira do coração sem noção,
Vasculha o corpo de cabo a rabo
e de propósito parti sem direção.
É uma dor doida sem remédio,
Verti sua vida na lida de quem sofri,
Escolhe o aperto como desconcerto
Para todo tipo de tentação.
Tô aqui no meio dela sem eira,
Lutando contra a sua dor de paixão,
Vivo dos pedaços que ainda posso,
Da posse do chão miúdo,
Seco como está o meu coração.
Bem que eu queria escolher a hora,
Saber quando vai doer,
Mas nada tem previsão, ela tem vontade.
Dói do jeito dela, sem alarde,
Sem balde, sem lenço,
Há pretexto de lembrar de alguém.
Lembranças de Alguém
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