«Poeta, não sei o que é
Mas tem olhos de criança:
A palavra é sua fé,
Dá aos homens esperança»
Dinis Subtil
POETA
(décimas)
1
É sensível ao que é belo,
Em tudo vê melodia,
Seja noite ou seja dia,
Faz tudo com muito zelo,
Trata amigos com desvelo.
Bom, é estar ao seu pé.
Mau, é ser homem sem fé.
Cor-de-rosa é beleza,
O preto é vil tristeza,
Poeta, não sei o que é!
2
Talvez seja alguém diferente,
Escrevendo frases belas
Com música dentro delas,
Palavras que a gente sente
E que nos entram na mente.
Escreve sempre e não cansa,
A idade – essa avança,
Sol já está quase posto,
As rugas sulcam seu rosto
Mas tem olhos de criança.
3
Tudo tem sua beleza,
Para tudo há uma razão
Que lhe toca o coração.
Escreve com singeleza,
Esconde sua tristeza,
Sua vida é balancé
Indo ao sabor da maré,
A voz é a sua arma,
Seu querer nunca desarma,
A palavra é sua fé.
4
Traz boas novas à gente
E faz o Mundo pensar,
Muitas coisas relembrar,
Ver a vida diferente
E olhar abertamente
Até onde a vista alcança,
Haja chuva ou bonança,
Muitos sonhos submersos,
O poeta, com seus versos,
Dá aos homens esperança!
|